25/12/2018

Apego

Ana Carolina Carvalho

Não nego foi uma armadilha do ego. Fiquei presa vários anos. Jamais ia deixar acabar, morrer, resignificar. Não! Eu queria do meu jeito, da minha forma, nem que pra isso eu precisasse me sujeitar a algumas coisas que no fundo eu sabia que não queria e não precisava, mas me deixei seduzir. Deixou de ser amor (o próprio parecia que nunca existiu) e passou a ser apego. Apego ao passado, as lembranças, ao que foi bom. Apego a tudo que queria ter e que não tinha mais. Apego a lembrança de que um dia fui a pessoa com a qual você imaginou viver pelo resto dos seus dias. Foi o ego. Ele gritou que eu não poderia deixar de ser para você quem fui, de perder o lugar e o espaço nas suas lembranças e no seu coração. Ele, o ego, só não enxergou que o apego enlouquecido é burro, enjoento e insensato. Que quanto mais se tenta ser insubstituível mais se é rebaixado. Porque o apego é uma demostração de insegurança e o amor precisa de base segura para poder desenvolver. Eu ainda tenho apego por você, mas vai passar. Como diz uma frase famosa " se não traz sossego, não é amor é apego". E eu, de fato, preciso de sossego e de um amor verdadeiro e tranquilo.

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© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por