24/02/2016
Ana Carolina Carvalho

Quando a saudade aperta, ok confesso, eu pego aquela foto que eu guardei na gaveta que eu finjo não lembrar onde fica  e olho, olho, olho até conseguir sentir seu cheiro.
Você tão lindo com aquela camiseta amarela que posso até ouvir novamente o barulho do mar.
aquela foi a primeira vez que nos aventuramos a amar de uma forma "livre" e os detalhes, aiiiin, só de pensar sobe logo um calor, um tesão, um desejo de tirar vagarosamente a camiseta amarela como eu fiz enquanto olhava fixamente em seus olhos, enquanto via sua mão se apoiando na areia molhada.
Mas atualmente você não vale a pena. Melhor que fique em uma gaveta, encondido e disponível para quando eu quiser brincar

19/02/2016

Como você lida com a velhice

Ana Carolina Carvalho

Nascemos bebês (nenhuma novidade nisso) e quando crescemos nossos pais já são mais velhos. Com o tempo eles vão ficando velhos mesmo. Não escutam direito, dirigem fazendo barbeiragens, adquirem manias, tem os defeitos acentuados, não entendem muito de tecnologia e , por ironia do destino, passam a ser os nossos bebês grandes.
As vezes - num rompante de egoísmo - acho que não vou dar conta. Fico dividida entre viver a minha vida e abrir mão dela para cuidar de quem sempre cuidou de mim.

16/02/2016
Ana Carolina Carvalho


A dor parece a que se sente quando o seu dedo mindinho , descuidado, bate no pé da mesa. Lembrou? Pois a que eu estou sentindo é 500 vezes pior. Ela dilacera meu coração o reduzindo a nada, a um ser moribundo, cambaleante e consequentemente assim fico eu: moribundo, cambaleante, maltrapilho como um alcoólatra que sabe que faz mal, mas não consegue parar de beber.
Porque tudo tinha que ser tão difícil, porque você tem essa mania idiota de complicar as coisas?Acredito que você gostava muito de brincar de ioiô quando era pequena e aprendeu a arte de enrolar bem já que você sabe que eu estou aqui e por mais idiota que pareça, parafraseando uma música da moda, " é só você fazer assim que eu volto".
Na verdade nunca fui, nunca deixei de esperar você. Dou um tempo me fazendo de forte, mas quando percebo a minha vida na mesmice, sem nenhuma sombra do seu sorriso, e vendo que você não vai voltar, vou, com essa cara de cachorro molhado, atrás de você e o pior: você me trata bem, diz que não se conforma por ter perdido um cara como eu, manda foto chorando porque releu os textos que eu escrevi, diz que sua mãe sente saudade, me faz acreditar "na gente", me faz voltar a ter planos e depois diz: "não posso te magoar; não de novo, você não merece."
Então pra quê atende, porque alimenta? Isso faz bem pro seu ego, sua metida. Faz bem eu te lembrar como você me deixava louco na cama, ou como era bom ser acordado por você daquele jeito que só você sabe e não, não encontrei ninguém que fizesse nada parecido, exatamente porque o único alguém que eu ainda quero é você, mas, para minha completa tristeza e desespero, você não quer e perceber que você, mesmo comigo querendo tanto, não quer é como perder uma parte de mim, talvez a melhor e é também aceitar que não domino o mundo e isso é o pior.


15/02/2016
Ana Carolina Carvalho


Não dominá-lo me irrita e parece que ele não só sabe como sente isso. Fico me perguntando o motivo e no fundo eu sei: odeio rejeição. Numa tentativa de provar a mim mesma que consigo domá-lo sou cada vez mais domada e suscetível as mentiras e ilusões as quais ele domina muito bem.
Sinto mais raiva de mim do que dele. Raiva de como é possível ele despertar essas coisas depois de tanto tempo. Raiva pelo simples fato de não poder bater nele e fazê-lo sentir tanta dor como a que eu sinto quando ele diz "volto já" e nunca volta; quando ele viaja com as paqueras novas, quando eu sei que a vida dele continuou e a minha ficou parada esperando-o. Estava tudo em paz, mas eu precisava de algo que bagunçasse. Pronto, consegui.

Ana Carolina Carvalho

O olhava de cima e sempre foi assim, porque eu era mais alta e fazia questão de deixar claro quem mandava. Até o dia que eu me apaixonei por ele e tudo mudou. Comecei a mimá-lo, fui diminuindo e ele tornando-se "o empoderado gigante", o maioral, o intocável; eu me reduzi ao "sem ele nada sou". E nada fui.
É lógico que ele me deixou, eu também me deixaria se fosse ele.
Alguém de personalidade tão forte que se tornou um brinquedinho por insegurança e medo de perder. Ah, faça-me o favor... e eu me fiz. Depois de vivenciar 2 anos de luto, engordar horrores, me vestir por obrigação e não prazer, recobrei a decência e voltei a olhar de cima, pois voltei ao lugar de onde não deveria ter saído.
Ninguém tem o valor maior do que aquele que damos - o maior valor tem que ser SEMPRE o próprio.

14/02/2016

Nunca esqueça que eu te amo

Ana Carolina Carvalho

A vida pode tomar rumos opostos e a nossa já tomou, mas sempre que escuto a palavra anjo lembro de você.
O namoro não durou para sempre, mas algumas lembranças sim, pois sempre que sinto o cheiro do 212 , sinto o SEU cheiro.
Posso não ficar mais entre seus braços, mas quando vejo um pôr do sol é entre eles que eu desejo estar.
Tanta coisa mudou e ao mesmo tempo parece estática.
O que foi, o que é e o que poderia ter sido. Tudo se resume em uma palavra: amor

13/02/2016
Ana Carolina Carvalho

Se eu te dissesse o quanto eu ainda te amo você acreditaria ?
Você faria uma tatuagem de coração no seu braço esquerdo com nossos nomes?
Me abraçaria na estação de metro e gritaria eu te amo?
Faria caldos e ficaria deitado na cama medindo minha temperatura quando eu ficasse doente?
Sairia comigo pra jantar e me dispiria com os olhos de forma gulosa, mas ao mesmo tempo romântica?
Se eu te dissesse isso você me levaria pra ver o por do sol na praia e me derrubaria na areia caindo sobre meu corpo para rirmos juntos até faltar o ar?
Quantas coisas faríamos se eu fosse capaz de dizer: volta! Preciso que você ocupe o lugar que nunca deixou de ser seu.

12/02/2016
Ana Carolina Carvalho

Deitada. Encoberta. Parada. Corpo imóvel e a cabeça a mil ouvindo o barulho da voz dele e desejando que ele viesse me acordar. OK, não estava dormindo, mas pouco importa. A ideia é que ele me desse um beijo de amor e me "acordasse" como num conto de fadas - pra ficar bonitinho mesmo ;)
Em um mundo ideal, onde sonhos são reais, eu gostaria que ele tirasse o lençol que cobria meu rosto e meu corpo inteiro e fosse beijando suavemente cada parte dele. Lógico que ele teria que começar pelos pés, como um bom rapaz, quase príncipe e ir descobrindo , com ternura e delicadeza, todos os pontos mais sensíveis do meu corpo.
Mas fiquei só na imaginação. Na verdade ele veio a mim, tirou o lençol do meu rosto, me deu um selinho e saiu.

08/02/2016
Ana Carolina Carvalho

Quantas coisas você já quis ser na vida ? Quantos caminhos já percorreu e parou, depois começou um novo e sentiu que não se encaixava em nada?
Quantas vezes lhe disseram a palavra PACIÊNCIA.
Hoje arrumando meus livros e sonhos achei algo que talvez se encaixe no seu momento...
Saber esperar é mesmo uma virtude. Espero desenvolve-la em breve.

06/02/2016
Ana Carolina Carvalho

Mais uma vez sem sono e o que me vem a cabeça? Você! Inutilmente... Sei que não tem volta. Eu gosto de DR's e filmes açucarados, você de silêncio, paz e filmes de ação. Uma hora iria acabar, mas quando a noite vem que eu viro de lado e olho o lugar que era seu dá uma saudade(zona) do que fomos juntos. Das vezes que fizemos amor no banho, das vezes que nos desafiavamos para ver o local mais inusitado que conseguiríamos nos amar. Foram tantos... Uns bem sucedidos outros uma cômica tragédia ou tragédia cômica, como preferir. Fico rindo sozinha ao lembrar das aventuras. Abraço o travesseiro com força e por um momento sinto, ainda que vagamente, o seu cheiro. Ele me serena e faz meus carneiros começarem a aparecer. 1,2,3,4.... Hora de dormir e quem sabe sonhar com nós dois

04/02/2016
Ana Carolina Carvalho

O coração acelerou. A respiração ficou ofegante, mas ela deu um jeito de disfarçar, mesmo desconfiando que no fundo ele sabia e sentia... a cada abraço mais apertado, as sensibilidades se afloravam e ficavam a mostra como nos pêlos arrepiados da nuca ou no sorriso tremulo de nervoso.
A cada vez que ouvia o barulho do mar e fechava os olhos esperava que ele lhe roubasse um beijo, mas não um qualquer, desejava um romântico e selvagem dos que são capazes de despir com um só toque de lábios. Quando as mãos deslizavam e paravam no quadril a sensação era de entrega total: alma, corpo, mente e coração. Uma (in)quietude de paz e desejo, amor e tesão, coragem e covardia, luxúria e castidade. Um turbilhão de emoções que só é capaz de sentir quem se entrega - como o surfista à onda, independente do caldo.

Ana Carolina Carvalho

Acho que estou tendo um ataque de nervos, de forma involuntário e descontrolado. No momento me encontro deitada, olhando pro nada, imóvel, pensando justamente em como  dói sair dessa zona de conforto de receber metades, partes, migalhas e no como voltar a ser inteira.
As perguntas são milhares e as respostas ainda pairam pelo ar



© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por