28/11/2019

Sobre sonhos realizados

Ana Carolina Carvalho





Posso lhe dar um conselho? Viaje. Sonhe e realize. Aprecie a vista da janela, mas abra a porta para vivê-la. Ouse. Cometa o que as pessoas consideram loucura. Abandone a sua rotina. Comece de novo em outro lugar. Se quiser volte. Se não quiser mude. Troque. Se não quiser permaneça, mas cresça. Reinvente. Fique confortável em se readaptar. Tudo muda o tempo todo querendo você ou não. Saia. Saia de si. Deixe o egoísmo de lado. Peça desculpas. Tente novamente. Insista. Desista. Prenda o ar. Respire. Chore. Grite. Cante sua música favorita. Cante as músicas favoritas dos outros. Descubra novos prazeres. Recicle velhos hábitos. Expanda a sua mente. Aproveite o aqui e o agora. Pense nas consequências e arque com elas, sejam boas ou ruins. Tenha coragem de assumir quem você é (e na maioria das vezes todos somos a mesma coisa): perfeito na sua imperfeição, confuso, incoerente, hipócrita, julgador, amoroso, romântico, empático, caos. É... Faça viagens externas e internas. Por você, pelo bem comum, por um bem maior. Se as nuvens fossem de algodão e você pudesse comê-las talvez o céu não fosse tão bonito. Por isso tudo o que é tem uma razão de ser. O mais importante não é descobrir o porque é amar e se perguntar o para quê. Para que eu preciso disso, faço isso, me envolvo assim... Quando se entende as perguntas se começa a tornar a vida mais fácil, afinal o que faz mover é o sentido e a busca por algo e não o resultado final. Já que depois que ele é alcançado se começa a procurar outro algo 😘

25/11/2019

Relato de voo

Ana Carolina Carvalho



A minha expressão na foto retrata o meu cansaço de um dia inteiro entre aeroportos e voos, mas retrata também a alegria imensa de ter sido servida por esse comissário, o Leandro Fernandes. Foi nítido de ver que ele realiza o trabalho dele por amor. Fazia tempo que não me sentia acolhida assim em um voo. Que não via comissário conversando com as crianças, interagindo com os passageiros todos de forma leve e gentil. Fazia tempos que não via em nenhuma compahia aérea a alegria no servir que eu vi no sorriso e no semblante dele. O tudo fazer por amor que faz a diferença nos detalhes. O tudo fazer por amor que sabe a forma gentil de falar algo que não é confortável de se pedir. O tudo fazer por amor ao demonstrar pela milésima vez como atar os cintos, as saídas de emergência, as máscaras de oxigênio. O tudo fazer por amor que fez do trabalho dele tema dessa crônica. Talvez ele nunca a leia, mas gostaria de deixar aqui registrado para todos verem inclusive a @latamairlines que essa é a foto de uma passageira que no último vôo pra casa, exausta, encontrou no sorriso e no amor desse comissário motivos para continuar acreditando que tudo que é feito com e por amor vale a pena. Ele gentilmente posou para a foto comigo antes de realizar o sonho dos meninos de conhecer a cabine do piloto e dizer: temos uma pilota nesse vôo. E ela é incrível. .
.
Sem mais,

24/11/2019

Tô voltando pra casa - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho





A foto clichê que todo mundo publica quando vai começar uma viagem internacional eu estou publicando no caminho inverso. Estou voltando para casa. Para a minha nova realidade. Nova! Porque a pessoa que volta não é a mesma que veio. Em essência é sim, mas em bagagem não é mais não. Essa pessoa que vos escreve está diferente! Mais segura, mais madura, mais decidida. E isso é muito gostoso de sentir, de perceber. Bendito seja Deus que me proporcionou esse tempo para pensar em t-u-d-o. Bendito seja Deus que esteve comigo em todos os momentos bons e ruins. A estampa do passaporte é antiga, assim como o sonho era. 13 anos se passaram desde o primeiro orçamento. E aqui estou eu voltando para casa realizada nos mínimos detalhes. Acreditando mais ainda que não há nada impossível para Deus. .
.
Creiam! Cuidem do possível que de todo o resto Ele cuida. Eu? Tô que não caibo em mim 💕

23/11/2019

Presente de natal - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho


Talvez o seu presente de natal tenha vindo antecipado como o meu. Talvez você se dê conta de que o presente de natal ganhamos todos os dias ao viver o amor e acreditar que o amor vive em nós. Mais valor do que bens materiais e ostentação é a simplicidade de cada gente diário. Um "eu me importo", "estou com saudades", "está tudo bem com você" e dessa forma vamos plantando sementes de afeto e querer bem. Em um mundo cada vez mais imediatista e glamouroso faz falta poder andar um pouco desleixado. Poder colocar aquele moletom surrado e aproveitar a vida no conforto. Que possamos aproveitar a simplicidade das luzes que guiam nossas vidas. Elas as vezes são imperceptíveis, mas quando juntas formam uma explosão de luz, brilho e amor, assim como o presente da foto. As luzes me lembram que para ganharmos intensidade precisamos agregar e nada melhor do que o amor para fazê-lo. Um excelente final de semana para vocês!

17/11/2019

Um único olhar para a lua - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho


Uma vez eu vi num filme e o @luiggi_stos me falou isso em uma das noites nas quais nos perdemos em Toronto que quando da saudade a gente olha pra lua e imagina que a outra pessoa tá olhando a lua também. É meio maluco, mas é verdade e me surgiu a inspiração para escrever um texto romântico 💕
.
.
Hoje eu vi a lua aqui pela primeira vez e no frio dessa noite e dessa cidade imaginei você olhando essa lua com um frio mais ameno, na beira da praia, e senti esquentar nossos corações. Senti o gelo que nos distancia derretendo aos poucos e deixando nascer as flores que existem na nossa primavera sentimental. Porque expressar sentimentos para você é tão difícil e para mim é tão natural como respirar? Lembrei da gente naquele luau. A fogueira, o violão, nossos amigos rindo e nós ali abraçadinhos, cúmplices, esquentando um ao outro enquanto observávamos em silêncio entre chamegos a lua. Olhávamos para aquele brilho que sabíamos que não era só dela. Nós nós víamos ali, enquanto casal, sabendo que o sol e a lua brilham juntos em estações diferentes e não competem. Que ao contrário o sol divide a luz com a lua e faz com que ela brilhe glamourosa. É, meu bem. Tô aqui olhando a lua e pensando na intensidade da luz que perdemos quando desistimos de ser um só coração.

16/11/2019

Lembranças de viagem - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho




A volta pra casa sempre é um "problema" nas minhas viagens (quando as faço). Sempre quero levar lembrancinhas para todo mundo. Muitos questionam: você deveria gastar esse dinheiro com você, aproveitar aí e não com os outros, em pensar em trazer coisas pros outros. Eu até me inclino a concordar, mas eu discordo totalmente. Um simples chaveiro de viagem já me fez não desistir de um sonho antigo. Uma simples marcação de uma amiga minha em uma foto de uma moto rosa em Paris me fez sentir amada. Quando viajamos muitas pessoas esperam que levemos presentes, mas eu sempre levo lembranças e o motivo é simples: é que na minha viagem, em todas elas, eu lembro das pessoas que caminham ou caminharam comigo. Das que disseram: tenha calma, isso vai passar. Das que me viram nos meus piores dias e ainda assim permaneceram comigo. Viajar é trazer quem se ama no coração. É viver a realidade de um outro país, cidade, estado, imergir na cultura, mas ao ver uma pipoca lembrar de uma amiga, ao ver um quebra-cabeça lembrar de outra, ao ver um jogo de basquete de outra, ao comer algo gostoso lembrar de alguém que amaria provar aquilo. E sabe porquê? Porque somos uma colcha de retalhos. Somos formados por partes de várias pessoas que passaram pelas nossas vidas que nos acrescentaram valores, amores, sensações, cheiros, toques. Somos o sorriso e o abraço acolhedor do amigo que vemos uma vez por ano, somos a ansiedade do que não sabe qual roupa vestir pra festa do ano novo, a calmaria do que só vai decidir coisas quando elas realmente estiverem pra acontecer. Somos a linha que costura e a tesoura que corta vários pontos na colcha de retalhos. As lembranças por mais simples que sejam são uma forma de dizer: eu lembrei de você 💕
.
.
PS: Às vezes, quase sempre, da confusão. Só um detalhe básico 😂
.
.
.
Alguém aí também passa por isso?! .

14/11/2019

Santa Claus - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho



O olhar da minha criança deslumbrada me agradece diariamente pela realização dos nossos sonhos. .
.
Conversar com o Papai Noel em inglês é mais uma experiência que eu vou guardar para sempre no coração. O que eu estou aprendendo aqui? A valorizar os sentimentos da minha criança quando eles são bons. Nada de ceder a birra, ego ou chantagem emocional. Mas ceder ao olhar inocente de quem quer chegar perto do bom velhinho - ele a visitava no natal, mas sempre trocava os presentes, não eram os mesmos da cartinha que ela escrevia. Ela chorava tanto!!!
.
.
Mas hoje ela sorriu e entendeu que o afeto, o sorriso e uma boa conversa curam todas as feridas. .
.
Essa viagem é uma viagem de cura! Cura da minha criança ferida que tanto pediu colo a mim e eu neguei. Hoje eu sei que posso cuidar dela, acalentar, levar para comer doces e até mesmo conhecer o Papai Noel e ela me retribui me dando de volta os olhos de criança que vê o mundo colorido, bom e amável. Ela me retribui me mostrando Deus em todos os detalhes e agradecendo aos infortúnios, mesmo sem vontade. Ela me retribui rindo das próprias quedas, tornando assim o aprendizado mais leve. .
.
Não sei se você precisa viajar para se redescobrir, mas ficar longe e me autoconhecer sozinha foi um dos melhores investimentos que eu fiz em mim mesma. .
.
O impossível? Ah, deixa ele pra Deus. Faz a sua parte que o resto vem. Não acredita? A Carol (eu) tá no Canadá. É possível sim 💕

13/11/2019

11 dias para voltar para casa - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho



Faltam 11 dias para eu voltar para casa e quanta coisa mudou desde o dia 25 de setembro. Ah, minha gente, vocês estão acompanhando! Acompanhando a emoção que é realizar um sonho depois de mais de uma década. E como vale a pena acreditar e não desistir (e ao pensarmos em desistir termos pessoas que nos colocam no caminho novamente!) Quando estamos no olho do furacão não imaginamos que depois que a tempestade passar estaremos mais fortes para aproveitar melhor a vida e as oportunidades. Hoje eu sei. Sei porque vivi muitas tempestades antes de realizar esse sonho que está sendo muito, mais muito melhor do que eu sonhei! Hoje eu sei e valorizo cada minutinho porque tenho consciência que outras tempestades virão e quando elas chegarem eu vou lembrar da neve. Vou lembrar da temperatura negativa e de como tudo na vida tem ônus e bônus. E que o ônus se torna menor que o bônus, porque quando o bônus chega esquecemos da dor.
Já dizia minha santinha amada, Santa Teresa D´Avila, “É justo que custe muito o que muito vale”. E não há nada melhor do que pagar o alto preço de ser exatamente quem você nasceu pra ser e realizar os sonhos que Deus também sonhou pra você. .
.
Se minhas histórias te inspiraram de alguma forma, em algum momento, ao longo desses 5 anos de blogue, me deixa saber 💕 Isso é o mesmo que receber abraços quentinhos ⛄

11/11/2019

Oceano da vida - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho



Existem muito mais cores no oceano da vida do que podemos imaginar. Ele é enorme, profundo e colorido. Quando escolhemos algo para nos representar, algo que nos identificamos, olhamos para isso como forma de olhar para dentro de nós mesmos. Olhamos para o nosso eu exterior, representado nas mais diversas formas, como olhamos para a nossa alma colorida e multifacetada - porque fomos criamos para exercer a resiliência e o amor em todas as situações. Quando saímos da caixa podemos olhar o mundo com os olhos de Deus, aquele olhar múltiplo de quem tudo vê, tudo sabe, mas com a curiosidade peculiar de querer ouvir o ponto de vista de cada um dos seres vivos. Assim é aprender a viver. Descobrir que apesar da bagagem que carregamos das vivências das nossas vidas sempre há mais a descobrir de algo que já se viu. Que um mesmo lugar visitado muitas vezes traz experiências distintas. Que a capacidade de amar supera as dores e os dissabores da vida. E que a vida é para ser vivida como uma bela história cheia de cores e por vezes páginas em branco. Nem sempre temos disposição para caminhar ou conhecer coisas novas. Nos permitir ficar no mesmo lugar, imóvel, também é conhecer a capacidade de resistir. Tudo é aprendizado. Absolutamente t-u-d-o. Quando começamos a entender isso aprendemos que mesmo se, por ventura, estivermos presos (ainda) a alguma situação somos capazes de voar.

07/11/2019

Sobre a neve - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho



Quando eu acordei e olhei pela janela do meu quarto foi essa a minha visão. Obviamente eu chorei. Chorei de alegria, de emoção, chorei por estar realizando um sonho, mais um, de toda uma vida. Lembrei do meu eu criança que acordava cedinho sábado de manhã para ver os desenhos da Disney no SBT. E ficava de pijamas até umas 11 da manhã sonhando com o dia em que se tornaria uma princesa e poderia tocar, sentir e ver a neve. Hoje, a minha criança viu e sentiu a neve. Chorou e cantou na neve. Andou 50 minutos a pé até a escola, por um problema no metrô, sem reclamar, aguentando o frio, porque estava vendo neve por todo lugar. Hoje, o meu adulto aprendeu mais uma lição: olhar as adversidades como oportunidades de descobrir o belo e eu sou grata por isso. Grata por estar aqui, por ter visto a neve, por ter vivido tanta coisa, por ter melhorado meu inglês, por ter realizado sonhos. Grata por Deus fazer a obra dEle diariamente e por ter me feito esperar 13 anos. Hoje eu sei que precisava estar aqui com a idade que eu tenho, com os questionamentos que vieram comigo, com toda a minha bagagem, para aproveitar melhor esse hiato na vida. Para saber o que eu quero, o que eu não quero e para testar novos caminhos. Para exercitar a humildade de não saber nada! Nem mesmo como pegar um transporte público e poder aprender que o amor é a linguagem universal - suficiente para ligar almas. Hoje eu vi neve. Eu estou realizando sonhos. Se foi possível para mim também é possível para qualquer um de vocês que estão lendo esse texto e que seguem esse blogue. Esse blogue também é meu sonho. Sonho com o dia que eu possa viver unicamente dele. Enquanto isso não acontece, vou trabalhando com passinhos de formiga e me realizando a cada novo texto, investimento, projeto, comentário, que seja gerado a fim de promover o blogue e com ele promover o amor. O amor cura, salva, liberta, transforma. E é por esse amor que o blogue existe. É por esse amor que eu escrevo e é por esse amor que eu estou aqui. Não desistam do amor! Não desistam de amar 💕⛄❄

04/11/2019

Os livros e eu - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho



Um dos meus lugares favoritos no mundo é dentro de um livro. Você leu certo mesmo. Muitas vezes os livros me salvaram de pensamentos ruins e me levaram a imaginar histórias e fugir da realidade difícil. Aprendi com "Ventinho Gostoso e a Gotinha de Orvalho" o valor da amizade. Com "Tum-Tum o menino índio" a reconhecer e honrar as raízes. Aprendi com "Mariana" como ser uma adolescente é difícil e com As drogas do amor, da amizade, entre outras de Pedro Bandeira como uma boa narrativa tem seu valor. Os livros nunca foram uma obrigação para mim porque sempre me ensinaram a sonhar. Até mesmo os técnicos que falavam sobre funções do cérebro e comportamento humano. Alguns me ensinaram a persistir porque a leitura truncada me fazia ler uma página e descansar 10 dias, principalmente os sobre organização do tempo e proatividade. Não tenho um autor favorito. Não sou daquelas pessoas que responde enquetes com facilidade, por exemplo: comida favorita, filme, livro, lugar, porque sou plural. Gosto de conhecer muitas coisas e já desapeguei dessa de ter que saber dos clássicos e falar coisas difíceis para ser melhor vista. Eu sou da simplicidade do cordel feito de rimas prontas, sou da pluralidade que permite que a rima do caneta azul, azul caneta, chegue a ser o tema mais falado e tudo bem. Os livros ensinam que quem não sabe escrever também escreve, estranho né? Mas para escrever na alma você não precisa de palavras rebuscadas ou de difícil interpretação. Você não precisa de títulos ou de prêmios. Você precisa por amor. Amor no que faz em tudo. E então você vai escrever o livro mais bonito para ler todos os dias: o livro da sua vida. Cheio de histórias que mesclam romance, ação, drama, suspense, terror. Que brincam com a fantasia da sua criança, que trazem a seriedade do seu adulto e a docilidade da sua velhice. Quando você escreve rápido ou devagar você vai no seu ritmo tentando fazer o melhor que pode. E às vezes não sai nada. Passa em branco, na teoria, mas na prática sempre há um traço da tentativa de ser, de fazer de estar. E tentar já é um grande passo. Eu tô por aqui tentando escrever crônicas, poemas, histórias. Tô por aqui escrevendo páginas da minha vida que as vezes ficam incompletas. Viro a folha e começo outra vez. Um dia novo, uma nova folha e a inspiração vem. Vem como algo divino, como algo inesperado, fruto da paciência de se permitir ler, ser, estar e repousar. Descanso. Ele é necessário para aproveitarmos a jornada 💕



© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por