31/12/2019

2019 chegou ao fim

Ana Carolina Carvalho

Foram muitos textos compartilhados, estreia no IGTV, aniversário de 5 anos com direito a ensaio fotográfico. Ano de parceria com a @infinitearms que deu vida aos personagens e uma identidade visual bonita para muitos e muitos posts. Amadurecimento. Novos leitores, leitoras, amigos e amigas que levo com muito carinho no meu coração. Foi o ano da realização de um grande sonho da minha vida que compartilhei aqui com vocês e como fui feliz! Para o ano de 2020 eu desejo mais constância aqui com mais conteúdos bacanas para cada um de vocês. Que eu consiga dar mais um passo em busca da profissionalização desse espaço e que vocês estejam comigo ❤ Foi um ano incrível! .
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E antes que o ano termine qual texto de 2019 mais marcou você?

29/12/2019

De: 2019 Para: 2020 - A carta de transição

Ana Carolina Carvalho

Faltam 2 dias e algumas horas para você assumir o posto. As pessoas estão cansadas, bem cansadas. Intolerantes. Discutindo por besteira, mas posso dizer que elas ainda conservam a esperança e isso me fez e faz feliz. Apesar de todas as tragédias políticas, ambientais, financeiras e sociais as pessoas mantiveram acesa a chama da esperança e do amor. Elas se superaram. Na ajuda ao próximo, na ajuda a elas mesmas. Na busca por estudar e ser gente. Elas não se calaram. Estão mais questionadoras. Algumas ainda com discursos vazios seguindo o fluxo de quem ganha, mas ainda assim todos acabam ganhando. Eu fui muito mal amado por muitos. Desde o dia 01/01/19 as pessoas me maldisseram e tudo de ruim passou a ser culpa minha. Mal sabem elas, mas espero que descubram, que quem faz o ano bom ou ruim são as experiências que se busca construir. Vivemos em rede, em ligação e tudo é interdependente. Espero que façam valer a oportunidade do presente com você. As pessoas não são más, mas estão com o olhar viciado no que falta, porém isso está mudando. Tem muita gente boa aí com ideias bacanas espalhando amor, com ferramentas para ajudar, como a psicoterapia, os exercícios, as artes. Eu estou feliz. Vou ficar para a história e acredite: se as pessoas resgatassem o tanto de coisa boa que aconteceu eu poderia ficar marcado como um ano bom. Espero que ainda o façam. Eu vi muitas vitórias pessoais. Muita história de amor. Muitos empreendedores surgindo. Pessoas que enfrentaram seus medos. Muitos recomeços. Vi casamentos acontecerem, bebês nascerem, vi amor! Vi dor também e parece que as pessoas gostam disso. As coisas ruins ganham holofotes para que as pessoas vivam com medo, mas eu, na minha essência, não vibro nessa energia. Eu espero que com a virada as pessoas entendam que a reação delas é o que faz mudar as circunstâncias. Venha limpo 2020! Vou ficar na torcida para que as pessoas entendam que pode ser bom mesmo sendo ruim, porque quem faz o dia ser bom é a disposição delas em fazer acontecer. Tem a minha benção e a de Deus. Que as pessoas sejam leves e que você flua e seja feito de boas lembranças e paz! .

08/12/2019

Carta aberta ao nosso amor

Ana Carolina Carvalho

Foram muitas idas e vindas de algo que não era nada, mas era tudo. De algo que foi crescendo, porém por algum motivo desordenadamente. Eu nunca quis o fim, mas você sabiamente colocou pontos finais. Eu o transformei em pontos vírgula e fiz do fim apenas uma pausa mais longa para um novo começo. Tentei. Insisti. Meti os pés pelas mãos em uma intensidade absurda que você não conseguiu acompanhar porque quis entender e algumas coisas, pessoas, situações, não devem ser entendidas apenas amadas e aceitas como são. É complicado aceitar o fim. É doloroso começar uma nova rotina e uma nova vida, mas também é saudável. Para você, para mim, para nós. Respeitar o seu ponto final talvez seja uma das mais difíceis e árduas decisão. Respeitar. Decidir. Seguir em frente. Aceitar que nesse caso, assim como em todos para a vida ser simples, é optar pelo sim ou pelo não. Eu te amei e te amo. Talvez um dia quando o coração estiver curado e inteiro possamos conviver em um outro nível, como amigos apenas. Eu magoei você. Eu me magoei. Eu tentei insistir para que fôssemos um. Esquecendo eu que o amor é livre e que fica quem quer ficar. Amar é decisão. E se amar é saber que para se doar a alguém é preciso estar inteiro. Você foi o melhor complemento que eu tive nos últimos tempos. Você me fez rir, me deu colo, me abraçou e perguntou se tava tudo bem quando as minhas feições denunciavam que não. Você foi a mensagem mais esperada do dia. A risada mais gostosa e o abraço mais sincero. Mas não foi só romance e perfeição. Você foi as palavras que feriram, a indiferença que machucou, a realidade que bateu. Foi amor, ansiedade, desespero, ousadia, medo, alegria, tesão, pureza, carinho. Foi água salgada, banho de mar, paçoca, bolo, chocolate. Foi filme agarradinho, ciúme, mãos dadas. Foi amizade, zelo e quando não pode ser mais compromisso em se importar com o outro, quando não pode mais ser saudável. Quando eu fui a louca, você esqueceu que a loucura faz parte de cada um de nós e não aguentou mais o pior. Não lhe culpo. Foi o que tinha que ser. Foi bom pra crescer, amadurecer e aprender que o amor não é o que se diz apenas e sim, principalmente, o que se faz.

28/11/2019

Sobre sonhos realizados

Ana Carolina Carvalho





Posso lhe dar um conselho? Viaje. Sonhe e realize. Aprecie a vista da janela, mas abra a porta para vivê-la. Ouse. Cometa o que as pessoas consideram loucura. Abandone a sua rotina. Comece de novo em outro lugar. Se quiser volte. Se não quiser mude. Troque. Se não quiser permaneça, mas cresça. Reinvente. Fique confortável em se readaptar. Tudo muda o tempo todo querendo você ou não. Saia. Saia de si. Deixe o egoísmo de lado. Peça desculpas. Tente novamente. Insista. Desista. Prenda o ar. Respire. Chore. Grite. Cante sua música favorita. Cante as músicas favoritas dos outros. Descubra novos prazeres. Recicle velhos hábitos. Expanda a sua mente. Aproveite o aqui e o agora. Pense nas consequências e arque com elas, sejam boas ou ruins. Tenha coragem de assumir quem você é (e na maioria das vezes todos somos a mesma coisa): perfeito na sua imperfeição, confuso, incoerente, hipócrita, julgador, amoroso, romântico, empático, caos. É... Faça viagens externas e internas. Por você, pelo bem comum, por um bem maior. Se as nuvens fossem de algodão e você pudesse comê-las talvez o céu não fosse tão bonito. Por isso tudo o que é tem uma razão de ser. O mais importante não é descobrir o porque é amar e se perguntar o para quê. Para que eu preciso disso, faço isso, me envolvo assim... Quando se entende as perguntas se começa a tornar a vida mais fácil, afinal o que faz mover é o sentido e a busca por algo e não o resultado final. Já que depois que ele é alcançado se começa a procurar outro algo 😘

25/11/2019

Relato de voo

Ana Carolina Carvalho



A minha expressão na foto retrata o meu cansaço de um dia inteiro entre aeroportos e voos, mas retrata também a alegria imensa de ter sido servida por esse comissário, o Leandro Fernandes. Foi nítido de ver que ele realiza o trabalho dele por amor. Fazia tempo que não me sentia acolhida assim em um voo. Que não via comissário conversando com as crianças, interagindo com os passageiros todos de forma leve e gentil. Fazia tempos que não via em nenhuma compahia aérea a alegria no servir que eu vi no sorriso e no semblante dele. O tudo fazer por amor que faz a diferença nos detalhes. O tudo fazer por amor que sabe a forma gentil de falar algo que não é confortável de se pedir. O tudo fazer por amor ao demonstrar pela milésima vez como atar os cintos, as saídas de emergência, as máscaras de oxigênio. O tudo fazer por amor que fez do trabalho dele tema dessa crônica. Talvez ele nunca a leia, mas gostaria de deixar aqui registrado para todos verem inclusive a @latamairlines que essa é a foto de uma passageira que no último vôo pra casa, exausta, encontrou no sorriso e no amor desse comissário motivos para continuar acreditando que tudo que é feito com e por amor vale a pena. Ele gentilmente posou para a foto comigo antes de realizar o sonho dos meninos de conhecer a cabine do piloto e dizer: temos uma pilota nesse vôo. E ela é incrível. .
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Sem mais,

24/11/2019

Tô voltando pra casa - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho





A foto clichê que todo mundo publica quando vai começar uma viagem internacional eu estou publicando no caminho inverso. Estou voltando para casa. Para a minha nova realidade. Nova! Porque a pessoa que volta não é a mesma que veio. Em essência é sim, mas em bagagem não é mais não. Essa pessoa que vos escreve está diferente! Mais segura, mais madura, mais decidida. E isso é muito gostoso de sentir, de perceber. Bendito seja Deus que me proporcionou esse tempo para pensar em t-u-d-o. Bendito seja Deus que esteve comigo em todos os momentos bons e ruins. A estampa do passaporte é antiga, assim como o sonho era. 13 anos se passaram desde o primeiro orçamento. E aqui estou eu voltando para casa realizada nos mínimos detalhes. Acreditando mais ainda que não há nada impossível para Deus. .
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Creiam! Cuidem do possível que de todo o resto Ele cuida. Eu? Tô que não caibo em mim 💕

23/11/2019

Presente de natal - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho


Talvez o seu presente de natal tenha vindo antecipado como o meu. Talvez você se dê conta de que o presente de natal ganhamos todos os dias ao viver o amor e acreditar que o amor vive em nós. Mais valor do que bens materiais e ostentação é a simplicidade de cada gente diário. Um "eu me importo", "estou com saudades", "está tudo bem com você" e dessa forma vamos plantando sementes de afeto e querer bem. Em um mundo cada vez mais imediatista e glamouroso faz falta poder andar um pouco desleixado. Poder colocar aquele moletom surrado e aproveitar a vida no conforto. Que possamos aproveitar a simplicidade das luzes que guiam nossas vidas. Elas as vezes são imperceptíveis, mas quando juntas formam uma explosão de luz, brilho e amor, assim como o presente da foto. As luzes me lembram que para ganharmos intensidade precisamos agregar e nada melhor do que o amor para fazê-lo. Um excelente final de semana para vocês!

17/11/2019

Um único olhar para a lua - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho


Uma vez eu vi num filme e o @luiggi_stos me falou isso em uma das noites nas quais nos perdemos em Toronto que quando da saudade a gente olha pra lua e imagina que a outra pessoa tá olhando a lua também. É meio maluco, mas é verdade e me surgiu a inspiração para escrever um texto romântico 💕
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Hoje eu vi a lua aqui pela primeira vez e no frio dessa noite e dessa cidade imaginei você olhando essa lua com um frio mais ameno, na beira da praia, e senti esquentar nossos corações. Senti o gelo que nos distancia derretendo aos poucos e deixando nascer as flores que existem na nossa primavera sentimental. Porque expressar sentimentos para você é tão difícil e para mim é tão natural como respirar? Lembrei da gente naquele luau. A fogueira, o violão, nossos amigos rindo e nós ali abraçadinhos, cúmplices, esquentando um ao outro enquanto observávamos em silêncio entre chamegos a lua. Olhávamos para aquele brilho que sabíamos que não era só dela. Nós nós víamos ali, enquanto casal, sabendo que o sol e a lua brilham juntos em estações diferentes e não competem. Que ao contrário o sol divide a luz com a lua e faz com que ela brilhe glamourosa. É, meu bem. Tô aqui olhando a lua e pensando na intensidade da luz que perdemos quando desistimos de ser um só coração.

16/11/2019

Lembranças de viagem - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho




A volta pra casa sempre é um "problema" nas minhas viagens (quando as faço). Sempre quero levar lembrancinhas para todo mundo. Muitos questionam: você deveria gastar esse dinheiro com você, aproveitar aí e não com os outros, em pensar em trazer coisas pros outros. Eu até me inclino a concordar, mas eu discordo totalmente. Um simples chaveiro de viagem já me fez não desistir de um sonho antigo. Uma simples marcação de uma amiga minha em uma foto de uma moto rosa em Paris me fez sentir amada. Quando viajamos muitas pessoas esperam que levemos presentes, mas eu sempre levo lembranças e o motivo é simples: é que na minha viagem, em todas elas, eu lembro das pessoas que caminham ou caminharam comigo. Das que disseram: tenha calma, isso vai passar. Das que me viram nos meus piores dias e ainda assim permaneceram comigo. Viajar é trazer quem se ama no coração. É viver a realidade de um outro país, cidade, estado, imergir na cultura, mas ao ver uma pipoca lembrar de uma amiga, ao ver um quebra-cabeça lembrar de outra, ao ver um jogo de basquete de outra, ao comer algo gostoso lembrar de alguém que amaria provar aquilo. E sabe porquê? Porque somos uma colcha de retalhos. Somos formados por partes de várias pessoas que passaram pelas nossas vidas que nos acrescentaram valores, amores, sensações, cheiros, toques. Somos o sorriso e o abraço acolhedor do amigo que vemos uma vez por ano, somos a ansiedade do que não sabe qual roupa vestir pra festa do ano novo, a calmaria do que só vai decidir coisas quando elas realmente estiverem pra acontecer. Somos a linha que costura e a tesoura que corta vários pontos na colcha de retalhos. As lembranças por mais simples que sejam são uma forma de dizer: eu lembrei de você 💕
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PS: Às vezes, quase sempre, da confusão. Só um detalhe básico 😂
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Alguém aí também passa por isso?! .

14/11/2019

Santa Claus - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho



O olhar da minha criança deslumbrada me agradece diariamente pela realização dos nossos sonhos. .
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Conversar com o Papai Noel em inglês é mais uma experiência que eu vou guardar para sempre no coração. O que eu estou aprendendo aqui? A valorizar os sentimentos da minha criança quando eles são bons. Nada de ceder a birra, ego ou chantagem emocional. Mas ceder ao olhar inocente de quem quer chegar perto do bom velhinho - ele a visitava no natal, mas sempre trocava os presentes, não eram os mesmos da cartinha que ela escrevia. Ela chorava tanto!!!
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Mas hoje ela sorriu e entendeu que o afeto, o sorriso e uma boa conversa curam todas as feridas. .
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Essa viagem é uma viagem de cura! Cura da minha criança ferida que tanto pediu colo a mim e eu neguei. Hoje eu sei que posso cuidar dela, acalentar, levar para comer doces e até mesmo conhecer o Papai Noel e ela me retribui me dando de volta os olhos de criança que vê o mundo colorido, bom e amável. Ela me retribui me mostrando Deus em todos os detalhes e agradecendo aos infortúnios, mesmo sem vontade. Ela me retribui rindo das próprias quedas, tornando assim o aprendizado mais leve. .
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Não sei se você precisa viajar para se redescobrir, mas ficar longe e me autoconhecer sozinha foi um dos melhores investimentos que eu fiz em mim mesma. .
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O impossível? Ah, deixa ele pra Deus. Faz a sua parte que o resto vem. Não acredita? A Carol (eu) tá no Canadá. É possível sim 💕

13/11/2019

11 dias para voltar para casa - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho



Faltam 11 dias para eu voltar para casa e quanta coisa mudou desde o dia 25 de setembro. Ah, minha gente, vocês estão acompanhando! Acompanhando a emoção que é realizar um sonho depois de mais de uma década. E como vale a pena acreditar e não desistir (e ao pensarmos em desistir termos pessoas que nos colocam no caminho novamente!) Quando estamos no olho do furacão não imaginamos que depois que a tempestade passar estaremos mais fortes para aproveitar melhor a vida e as oportunidades. Hoje eu sei. Sei porque vivi muitas tempestades antes de realizar esse sonho que está sendo muito, mais muito melhor do que eu sonhei! Hoje eu sei e valorizo cada minutinho porque tenho consciência que outras tempestades virão e quando elas chegarem eu vou lembrar da neve. Vou lembrar da temperatura negativa e de como tudo na vida tem ônus e bônus. E que o ônus se torna menor que o bônus, porque quando o bônus chega esquecemos da dor.
Já dizia minha santinha amada, Santa Teresa D´Avila, “É justo que custe muito o que muito vale”. E não há nada melhor do que pagar o alto preço de ser exatamente quem você nasceu pra ser e realizar os sonhos que Deus também sonhou pra você. .
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Se minhas histórias te inspiraram de alguma forma, em algum momento, ao longo desses 5 anos de blogue, me deixa saber 💕 Isso é o mesmo que receber abraços quentinhos ⛄

11/11/2019

Oceano da vida - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho



Existem muito mais cores no oceano da vida do que podemos imaginar. Ele é enorme, profundo e colorido. Quando escolhemos algo para nos representar, algo que nos identificamos, olhamos para isso como forma de olhar para dentro de nós mesmos. Olhamos para o nosso eu exterior, representado nas mais diversas formas, como olhamos para a nossa alma colorida e multifacetada - porque fomos criamos para exercer a resiliência e o amor em todas as situações. Quando saímos da caixa podemos olhar o mundo com os olhos de Deus, aquele olhar múltiplo de quem tudo vê, tudo sabe, mas com a curiosidade peculiar de querer ouvir o ponto de vista de cada um dos seres vivos. Assim é aprender a viver. Descobrir que apesar da bagagem que carregamos das vivências das nossas vidas sempre há mais a descobrir de algo que já se viu. Que um mesmo lugar visitado muitas vezes traz experiências distintas. Que a capacidade de amar supera as dores e os dissabores da vida. E que a vida é para ser vivida como uma bela história cheia de cores e por vezes páginas em branco. Nem sempre temos disposição para caminhar ou conhecer coisas novas. Nos permitir ficar no mesmo lugar, imóvel, também é conhecer a capacidade de resistir. Tudo é aprendizado. Absolutamente t-u-d-o. Quando começamos a entender isso aprendemos que mesmo se, por ventura, estivermos presos (ainda) a alguma situação somos capazes de voar.

07/11/2019

Sobre a neve - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho



Quando eu acordei e olhei pela janela do meu quarto foi essa a minha visão. Obviamente eu chorei. Chorei de alegria, de emoção, chorei por estar realizando um sonho, mais um, de toda uma vida. Lembrei do meu eu criança que acordava cedinho sábado de manhã para ver os desenhos da Disney no SBT. E ficava de pijamas até umas 11 da manhã sonhando com o dia em que se tornaria uma princesa e poderia tocar, sentir e ver a neve. Hoje, a minha criança viu e sentiu a neve. Chorou e cantou na neve. Andou 50 minutos a pé até a escola, por um problema no metrô, sem reclamar, aguentando o frio, porque estava vendo neve por todo lugar. Hoje, o meu adulto aprendeu mais uma lição: olhar as adversidades como oportunidades de descobrir o belo e eu sou grata por isso. Grata por estar aqui, por ter visto a neve, por ter vivido tanta coisa, por ter melhorado meu inglês, por ter realizado sonhos. Grata por Deus fazer a obra dEle diariamente e por ter me feito esperar 13 anos. Hoje eu sei que precisava estar aqui com a idade que eu tenho, com os questionamentos que vieram comigo, com toda a minha bagagem, para aproveitar melhor esse hiato na vida. Para saber o que eu quero, o que eu não quero e para testar novos caminhos. Para exercitar a humildade de não saber nada! Nem mesmo como pegar um transporte público e poder aprender que o amor é a linguagem universal - suficiente para ligar almas. Hoje eu vi neve. Eu estou realizando sonhos. Se foi possível para mim também é possível para qualquer um de vocês que estão lendo esse texto e que seguem esse blogue. Esse blogue também é meu sonho. Sonho com o dia que eu possa viver unicamente dele. Enquanto isso não acontece, vou trabalhando com passinhos de formiga e me realizando a cada novo texto, investimento, projeto, comentário, que seja gerado a fim de promover o blogue e com ele promover o amor. O amor cura, salva, liberta, transforma. E é por esse amor que o blogue existe. É por esse amor que eu escrevo e é por esse amor que eu estou aqui. Não desistam do amor! Não desistam de amar 💕⛄❄

04/11/2019

Os livros e eu - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho



Um dos meus lugares favoritos no mundo é dentro de um livro. Você leu certo mesmo. Muitas vezes os livros me salvaram de pensamentos ruins e me levaram a imaginar histórias e fugir da realidade difícil. Aprendi com "Ventinho Gostoso e a Gotinha de Orvalho" o valor da amizade. Com "Tum-Tum o menino índio" a reconhecer e honrar as raízes. Aprendi com "Mariana" como ser uma adolescente é difícil e com As drogas do amor, da amizade, entre outras de Pedro Bandeira como uma boa narrativa tem seu valor. Os livros nunca foram uma obrigação para mim porque sempre me ensinaram a sonhar. Até mesmo os técnicos que falavam sobre funções do cérebro e comportamento humano. Alguns me ensinaram a persistir porque a leitura truncada me fazia ler uma página e descansar 10 dias, principalmente os sobre organização do tempo e proatividade. Não tenho um autor favorito. Não sou daquelas pessoas que responde enquetes com facilidade, por exemplo: comida favorita, filme, livro, lugar, porque sou plural. Gosto de conhecer muitas coisas e já desapeguei dessa de ter que saber dos clássicos e falar coisas difíceis para ser melhor vista. Eu sou da simplicidade do cordel feito de rimas prontas, sou da pluralidade que permite que a rima do caneta azul, azul caneta, chegue a ser o tema mais falado e tudo bem. Os livros ensinam que quem não sabe escrever também escreve, estranho né? Mas para escrever na alma você não precisa de palavras rebuscadas ou de difícil interpretação. Você não precisa de títulos ou de prêmios. Você precisa por amor. Amor no que faz em tudo. E então você vai escrever o livro mais bonito para ler todos os dias: o livro da sua vida. Cheio de histórias que mesclam romance, ação, drama, suspense, terror. Que brincam com a fantasia da sua criança, que trazem a seriedade do seu adulto e a docilidade da sua velhice. Quando você escreve rápido ou devagar você vai no seu ritmo tentando fazer o melhor que pode. E às vezes não sai nada. Passa em branco, na teoria, mas na prática sempre há um traço da tentativa de ser, de fazer de estar. E tentar já é um grande passo. Eu tô por aqui tentando escrever crônicas, poemas, histórias. Tô por aqui escrevendo páginas da minha vida que as vezes ficam incompletas. Viro a folha e começo outra vez. Um dia novo, uma nova folha e a inspiração vem. Vem como algo divino, como algo inesperado, fruto da paciência de se permitir ler, ser, estar e repousar. Descanso. Ele é necessário para aproveitarmos a jornada 💕

31/10/2019

O que você quer ser quando crescer - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho

Talvez hoje possamos parar por uns 10 minutos e nos perguntar: o que eu quero ser quando eu crescer? E sim, essa frase faz sentido. Crescemos todos os dias, mas esquecemos de reconhecer. Talvez porque não cresçamos mais na altura e o ganho de peso já não é positivo como quando éramos bebês ou crianças, porém continuamos crescendo. Quem sabe queiramos retomar os estudos, começar outra carreira, terminar o namoro, não torcer mais pra time nenhum, fazer um curso de música. Podemos escolher sermos grandes quando crescermos e nós já somos. Somos grandes por dentro. Temos uma alma alimentada por alguém que transcende explicações que dá sabedoria em meio ao caos, força quando já não temos mais nenhuma. A vida muda o curso, nossas escolhas muitas vezes nos levam pra longe da vida idealizada aos 5, 6 anos de idade? Vou repetir a melhor parte: crescemos todos os dias. Podemos mudar nossas escolhas, caminhos e destinos. Quando chegar no minuto cinco da sua reflexão da uma olhadinha pra trás e vê o quando você já caminhou. Nossa! Olha lá. Lembra das escolhas que não vale a pena fazer de novo. Vê aquela que você não encarou porque não teve coragem ou não achou que era o momento ideal. Quer tentar de novo? Daqui a pouco o calendário zera. Amanhã já é novembro, mas antes mesmo dele virar podemos nos lembrar que todos os dias nós crescemos, nós plantamos, nós colhemos. É assim. A vida é contínua e mesmo que não nos atentemos a ela, ela passa e nos dá a opção de repensar!
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" O que você quer ser quando crescer?"

27/10/2019

O outono me ensinou que - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho



Todas as estações ensinam, mas o outono é a que mais toca o meu coração. Depois de dias de calor e sol de uma estação bem definida o outono vem como o patinho feio ( que de feio não tem nada) sem saber ao certo o que ele é. O outono pra mim é transição, para outros confusão. Tem dias de sol, de chuva, das duas coisas juntas. O verde vai dando espaço para o amarelo, o vermelho e tantas outras cores. O outono é a estação das múltiplas faces do eu. E, quando se experimentou de tudo, se testou, deu o melhor de si ao mundo, se guarda a energia, finca fortemente as raízes no chão e se alimenta de si mesmo, do seu melhor eu, do interior e exteriormente perde-se t-u-d-o. Se fica pelado no inverno, que ironia, não? Mas mesmo pelado se aguenta e depois se floresce na chegada da primavera.
O outono é o autoconhecimento, o amadurecimento, o ser beleza em meio ao caos, o estar presente mesmo se despedaçando. O outono ensina que, mesmo nos conflitos diários, nos polos extremos, na loucura do ser tudo e ser nada, vale a pena amar a si mesmo do jeito que é, pois quando isso acontece mesmo que (você) não seja a estação preferida de muitas pessoas, ao reconhecer seu próprio valor, sendo (você) a sua estação preferida, o olhar do outro muda porque você mudou o seu. O outono me ensina a me amar com a infinidade de defeitos e qualidades do meu (im)perfeito eu 💕

22/10/2019

Diferentes estradas - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho



Um dia diferentes estradas se cruzam e formam um só caminho. Quando isso acontecer você esquecerá seu cansaço e o seu medo de se envolver mais uma vez em relações vazias. Vai se sentir valorizada pela pessoa que é e vai sentir que o outro apesar de inteiro quer ter uma intercesāo da sua vida nele. Vai ser apreciada com calma e olhada nos olhos. Não vai ter seus sentimentos julgados como "piti", "frescura" ou "exagero", vai ser acalentada porque naquele momento a sua criança precisa de colo e seu adulto não está muito saudável para dar. O que você merece é alguém com estabilidade emocional para entender que nem todos os dias são bons e ajudar você a manter o seu equilíbrio e não tirar o que você possui. Você merece alguém disposto a arregaçar as mangas e fazer dar certo e não ficar enrolando com promessas de planos futuros que nunca sairão da idealização - disso você não precisa. Você merece alguém real que não prometa amor sem erros, porque isso é utopia, mas que prometa a fidelidade até o dia que for verdadeiro e recíproco. Que aja com responsabilidade, que esteja presente, que não queira só seu corpo nú e sim que tenha a ousadia de desnudar a sua alma, que sinta seus diferentes cheiros em diferentes situações, que segure forte a sua mão, mas que também a deixe solta para fazer o seu caminho. A intercessão é uma comunhão, mas não uma mesma vida!
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Por mais pessoas dispostas a relacionar-se com o outro, a descobri-lo, a senti-lo com os ônus e bônus que só a profundidade traz. A superfície dá uma ideia de segurança, mas o que é raso não é seguro, é superficial. Uma hora acaba sem ter deixado marca alguma. O vento leva, mas não produz frutos porque não houve esforço da semente. Se para a chuva cair do céu existe um trabalho por trás de duas nuvens juntas, porque você acha que para um relacionamento existir alguém vai amar só?! Coragem! Amar, assim como o mar, é para os fortes, bravos e destemidos. Destemidos, não inconsequentes.

18/10/2019

O amor cura - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho



O amor cura. Essa é uma das poucas certezas que eu tenho na vida, mas amar verdadeiramente não é tarefa fácil. Amar sem esperar retorno, sem querer ser visto, notado. Amar desinteressadamente é difícil. Aprender a lidar com a forma de amar do outro da trabalho. Alguns amam e demostram facilmente, outros tem uma forma de amar bem diferente, mais tímidos, sem tantas explosões. Encontrar o equilíbrio entre a sua forma de amar e a forma do outro amar é missão para toda a vida. Não saber como agir, entender que uma ou outra atitude pode ser considerada invasão, respeitar o silêncio e o espaço. Até mesmo deixar ir para que se descubra outras formas de amar o que se foi. Amar na prática não são só flores ou cadeados com nomes escritos. O amor não é tranca é porta aberta. E nesse desafio diário de aprender a amar aconselho que você aprenda a amar todos os seus eu's que moram em você. Eu estou tentando fazer isso também 💕

16/10/2019

Continue a nadar - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho



A Dory diz:. continue a nadar. Como nós não vivemos no mar precisamos lembrar de continuar a andar, não desistir. Precisamos sim de pausas estratégicas porque somos humanos. Nós decepcionamos, choramos, mudamos de planos. Achamos que regredimos. Nos vitimamos. Perguntamos porque não conosco toda aquela vida boa do outro, mas sabe o que eu tô aprendendo? Que nós somos o nosso veneno e também o nosso antídoto. Que o nosso cérebro trabalha a favor e contra nós, depende das escolhas que fazemos. Às vezes fazemos boas escolhas, quebramos padrões, mas ele (o cérebro) preguiçoso e acomodado tende a nos puxar para padrões anteriores. Por isso é tão difícil quebrar ciclos viciosos, se livrar de relacionamentos abusivos, ou simplesmente se dar uma nova oportunidade sem querer usar as velhas roupas (leia-se atitudes, comportamentos, rotina). Mudar leva tempo, mas mas do que isso, mudar exige decisão. Em cima do muro não se é feliz. Continue a andar mas pare um pouco para pensar se está nadando em círculos ou buscando um rumo a seguir. Eu andei, mas precisei de um bom tempo sentada no banquinho do " como eu vou fazer isso" e, provavelmente precisarei de mais um tempo nesse mesmo banco quando voltar 💕

13/10/2019

Providências - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho




O cenário é bem colorido como a maior parte dos meus dias aqui, mas não devo negar que nas janelas de tempo meu pensamento me levanta algumas questões:
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💭 Como vai ser quando voltar?
💭 Você vai continuar com o blogue?
💭 Vai torná-lo um negócio?
💭 Vai começar outra carreira do zero?
💭 Vai abandonar tudo e ser freira?
💭 Vai se permitir ser encontrada por um novo amor?
💭 Vai embora para outro país?
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Às vezes divago em meus pensamentos e o resultado não é muito bom. Gera ansiedade, traz o medo. Como se o meu cérebro pregasse uma peça para que eu não pudesse ser feliz na totalidade. Isso já aconteceu com vocês? .
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A parte adulta traz de volta ao presente, com esforço, espanta os balõezinhos dos pensamentos e mostra que existe cor. .
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O passado não volta. O futuro pode não chegar. É preciso aproveitar o hoje. .
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Não tenho resposta para nenhuma das questões acima. As separei numa caixinha de "providências a serem tomadas" e as visitarei em breve, quando voltar.

09/10/2019

Sobre a saudade de casa - A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho


Nem todos os dias são fáceis. Da saudade de casa, principalmente das facilidades de ter as coisas na mão sabendo o que fazer, como fazer, o que falar. Da saudade dos costumes, da zona de conforto, dos amigos, do sol e do aconchego do lar. Da saudade até da academia e da comida simples; de um arroz com ovo, de um café com pão. Da saudade de falar saudade e ser entendida, mas na contra mão de tudo isso dá um orgulho enorme de cada nova marca adquirida. De cada lágrima escorrida, de cada semente de amor plantada. Eu estou aprendendo que o meu lar sou eu mesma. Que meu corpo é templo sagrado e a minha cabeça a linha tênue entre céu e inferno. Estou aprendendo a respeitar os meus limites e a me jogar no desconhecido. A me perder para me achar. A não me permitir ir quando sinto um sinal. Sim! Estou aprendendo a ouvir a minha intuição e a seguir sem olhar para trás o que poderia ter sido, mas não foi.

30/09/2019

A Carol no Canadá

Ana Carolina Carvalho


Fiquei na dúvida sobre publicar isso ou não, mas conversando com minhas amigas elas disseram que era legal compartilhar experiências e eu rezei muito sobre isso e decidi partilhar 😍. Bem, estou aqui compartilhando com vocês o meu maior sonho!!! Esperei 13 anos por isso, mas não esperei em repouso, esperei ativamente entre portas na cara, piadas, não ter dinheiro e ainda assim continuar pedindo os orçamentos e me organizando. Em 2017 consegui achar algo que coubesse no meu bolso e os desafios para pagar foram muitos, muitos mesmo. Guardei tudo em silêncio, até mesmo dos meus pais. Não compartilhei com ninguém até às vésperas; até estar aqui realizando o sonho da minha vida. Os sonhos são possíveis de serem realizados se nos planejarmos pra isso e tivermos fé. Fé em Deus e em nós mesmos. Não há sonhos impossíveis para um coração cheio de vontade. Uma coisa que eu aprendi é que Deus faz tudo perfeito. E isso não é porque eu estou aqui realizando um sonho, mas por todas as vezes em que eu chorei nesses 13 anos achando que jamais realizaria esse sonho. E agora tudo parece encaixado e fluir. Meu coração é só gratidão por Deus ter o tempo certo para cada coisa. Agora, mais madura, eu posso aproveitar melhor as oportunidades e posso olhar para trás e para mim hoje com muito orgulho e dizer: Parabéns! Obrigada por ter tido fé, não ter desistido. Você conseguiu 😍
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PS: Essa blusa retrata o meu amor pelo @gruporecomecarunc onde eu conheci o amor de Deus há 04 anos e que sempre me estendeu a mão para buscar ser uma pessoa melhor. Nunca é tarde para recomeçar, esse tem sido meu aprendizado diário.

25/09/2019

Dependência afetiva

Ana Carolina Carvalho

Uma espécie de vício. Você está curtindo a sua vida, pleno e feliz e aparece alguém do nada. Aquele alguém que faz você tremer na base e achar que enfim chegou o tão sonhado momento do felizes juntos. A primeira semana é só alegria, mas a cada encontro o envolvimento aumenta e a plenitude e felicidade vão sumindo aos poucos. Não porque se quer, mas por medo de perder. A base não é sólida e começa a ruir, pois o medo de perder fica cada vez mais presente. Começa a se sufocar ( a si mesmo e ao outro) e o romance perfeito vira pesadelo. Para não perder começa a agradar demais, já não discorda e acaba perdendo a si mesmo ( gosto pessoais e até das próprias necessidades). Se faz de tudo para ser "A pessoa" que o outro vai procurar quando precisar de ajuda e o querer bem a si mesmo começa a virar uma lembrança. Não há segurança em nada, existe sim uma bagunça, um olhar o celular de 5 em 5 minutos e se a mensagem não vem aquele mar de tristeza profundo invade. É, de fato, uma dependência e causa dor. O medo de ficar só e a falta de confiança em si mesmo são grandes fatores disso, não só em relações afetivas românticas, como familiares e amizade. Fortalecer seu lado seguro e saber que é saudável que cada pessoa tenha seu espaço é um antídoto para essa dependência. Não é fácil, principalmente quando se vem há bastante tempo nesse mesmo padrão. Quebrá-lo é importante. Deixar de ser o bibelô da estante alheia, parar de ficar esperando por quem ficou de vir sem fazer nada. Por vezes a ruptura tem que ser bruta para evitar recaídas, mas se caiu e ligou, implorou, mendigou, levante e tente outra vez. Somos humanos. Tenha fé em você e em Deus. Alguém lá em cima sabe de todas as coisas e Ele cuida. Tente fazer a sua parte. Por aqui, quando eu me vejo nesse perfil, eu tento fazer a minha parte entre suor e lágrimas, caindo e levantando, mas seguindo em frente da forma que dá.

23/09/2019

Tanto faz

Ana Carolina Carvalho

Não é verdade não. Não "tanto faz". Geralmente essa resposta é quando se cansou de lutar, se esforçar, viver, conviver. O que eu venho percebendo nos últimos meses é que as gerações (a minha, a antes e a depois) caíram nessa cilada. Não "tanto faz" se der certo se encontrar ou não. Não "tanto faz" se não conseguirmos nos falar. Não "tanto faz" se uma pessoa não estiver presente nos encontros de família. Que mentira é essa que contamos para nós e para os outros? As pessoas que eu conheço que estão na fase do "tanto faz" eram as que mais lutavam para manter os amigos unidos, a família, os encontros fixos. Elas hoje são aquelas que foram perdendo o brilho porque alguém fazia pouco. Se continuarmos fazendo pouco e deixando a carga para uma pessoa só realmente o "tanto faz" vai virar lei. Você já parou para se perguntar se "tanto faz" para tudo onde se vai parar? O que está acontecendo conosco? Que paramos de lutar por nós e pelos outros. Que abrimos mão do amor na primeira dificuldade? "Ah, eu tenho amor próprio" é a resposta mais comum. Amor próprio não é ser um egoísta dissimulado. Viver numa bolha você, você depois e depois você de novo. Somos seres sociáveis e ninguém consegue viver sozinho. Sempre precisamos nos relacionar, conviver e isso não é tanto faz. É querer fazer parte! Escolher o tanto faz é se posicionar a daqui a pouco ser vítima dele mesmo, bem como o "vamos ver". A vida é um sopro para que adiemos o que em muitos casos é inadiável. Não sabemos quanto tempo temos. Se nossos amigos, familiares estarão aqui amanhã. Se nós estaremos. Busquemos a reciprocidade e tomemos uma decisão. O "tanto faz" é o morno, aquilo que não nos leva a lugar algum.

17/09/2019

Adeus, mundo cruel!

Ana Carolina Carvalho

Se você está lendo essa carta agora é porque eu já consegui dar fim a minha dor. As mutilações já não faziam mais efeito para sanar a dor, os medicamentos desaceleravam um pouco meu cérebro e eu ficava na dúvida se era isso mesmo que eu deveria fazer. Se Deus me deu a vida só Ele tem o poder de tirá-la, eu sei disso, mas por mais que eu o ame não estou conseguindo ver saída. Meus amigos se afastaram de mim, mesmo os que mais me amam. Não duvido que me amem, mas me acham pesada. Me olham e ficam com vontade de chorar e falando frases de efeito como: saí dessa. Vamos lá levanta, cadê aquela pessoa que eu conheço. Eu fico pior. Pior por ver sofrer mais ainda as pessoas que eu amo e eu ser a culpada disso. Pior porque acham que é falta de vontade, mas não é. Eu tenho vontade, mas não tenho forças e coragem. Eu queria que alguém me colocasse no colo e dissesse eu estou aqui, vou descobrir uma forma de fazer parar de doer, vamos descobrir juntos como fazer dar certo, como aliviar as dores. Não é drama, não é falta de Deus, é um vazio, eu compreendo.
O mundo é cruel com quem é considerado frágil, com quem é das artes, com quem espera viver levando a felicidade. O mundo ensina a competir, a revidar, a não insistir em amar o difícil, ele ensina um amor egoísta disfarçado de amor próprio, um amor que só faz o que agrada a si mesmo, que usa, um amor de mentira.
Avisa aos meus pais que não foi culpa deles. Eles fizeram o que podiam e até mesmo quando abriam a janela do meu quarto sem permissão era um ato desesperado deles de me ver voltar a vida. Peça para que eles me perdoem pela dor que vou causar a eles a cada vez que entrarem no meu quarto e verem o que eu podia ter sido e não fui.
Desculpa por te mandar uma mensagem pedindo para você vir aqui me ver nessa situação. Talvez você nunca se recupere dessa cena. Por favor, me perdoa por isso. Mas eu não pensei em outra pessoa que pudesse compreender mais essa situação do que você.
Obrigada por ter atendido as ligações de madrugada, as ameaças de fazê-lo e por ter me resgatado tantas vezes durante esses anos.
Reze por mim.
Com amor,

11/09/2019

Como lidar com as emoções

Ana Carolina Carvalho

Em sua origem a palavra 'emoção' significa movimento para fora. Na minha interpretação a emoção é aquela coisa nem sempre calma que fica mexendo dentro e que ou colocamos para fora, a trabalhamos, ou enlouquecemos. ✨Raiva, medo, tristeza, alegria, surpresa, ódio. Conseguimos nomear algumas, outras nem tanto. O corpo sente e a alma também quando subestimamos ou superestimamos cada uma delas. Para lidarmos com as emoções é preciso reconhecê-las, saber com qual estamos lidando e às vezes é mais de uma (sério mesmo). Elas vêm disfarçadas em sinônimos como a mágoa, o deslumbre, a excitação.
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--- > Nossa e agora? Saio correndo? Só se for pra terapia (rs). 
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Conhecer a si mesmo é conhecer o que lhe ativa as emoções. Não devemos reprimi-las, mas identificá-las e buscar entender o que está acontecendo e de que forma podemos aprender com elas. .
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Acolha as suas emoções, elas são suas amigas e não inimigas. Elas ajudam a identificar as necessidades do corpo e da alma. Cuide dos seus pensamentos, para que eles sejam saudáveis e não criem falsas imagens do outro e de si mesmo. Esteja no presente (eu sei, é difícil. Sou ansiosa também), mas o esforço vale a pena. Sempre que se está no presente se é mais grato e consequentemente se fica em paz. Diferencie as necessidades das expectativas que vc se impõe e deixa os outros lhe imporem. E, por favor, não subestime a intensidade das emoções alheias. "Somos plantinhas com emoções complicadas" 😉 Sejamos gentis 💛

10/09/2019

Você não é todo mundo!

Ana Carolina Carvalho

Mesmo que o contexto queira que você siga na sua vida o efeito manada, trilhe seus próprios caminhos. Certamente você já ouviu da sua mãe em alto e bom tom: "você não é todo mundo". Ela dizia essa frase, pelo menos a minha mãe dizia, quando se ia pedir a liberação para algo que todo mundo estava fazendo. Pois bem, para variar, a sua mãe (e a minha) estava certa e continua até hoje. Cada um de nós é um ser humano ímpar e nem em nós mesmos temos uma simetria perfeita, porque então querer fazer exatamente o que o outro faz, do jeito que ele faz? As receitas de vida, negócios, culinária, carreira, são um norte, mas quem dá o tempo e o toque pessoal, como o nome já diz, é você. E o segredo, já dizia a @sazonbrasil , é o amor. O amor em tudo que você faz, no trabalho, com a família, amigos, nos seus próprios sonhos, consigo mesmo. Você não é todo mundo! Tem uma forma única, foi criado por Deus para ser único, cheio de virtudes e qualidades. Olhe para a vida do outro e veja que aquele é o caminho dele e se você quiser fazer algo parecido pergunte como ele fez e adapte a sua realidade. Não abra mão dos seus caminhos e da sua história por querer seguir a multidão. Se quiser seguir a multidão, faça a diferença no meio dela, saiba porque você está lá. Pense, reflita, entenda o seu propósito nesse mundo. Ele é seu e deve ser compartilhado quando você estiver pronto. Não em forma de alarde, mas em forma de ações. Lembre da sua mãe e seja aquilo que Deus sonhou para você. Eu não sou todo mundo e estou aqui para lembrar a mim mesma e a você disso.

04/09/2019

Tem uma sexta na minha quarta

Ana Carolina Carvalho

A ideia desse título surgiu numa quarta-feira de despedida onde o amor transbordou. Foi um dia mágico! Apreciado nos pequenos detalhes. E hoje, olhando o mar, achei o momento ideal para escrever esse texto.
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Quantas vezes acordamos na segunda desejando a sexta? Quantas vezes reclamamos porque a semana está arrastada? Quantas vezes contamos para a sexta-feira chegar? Para poder enfim sermos felizes no final de semana. .
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Meu Deus! Mal sabemos que essa contagem desperdiça a graça do presente, do dia a dia, que é árduo, é corrido, é difícil, mas é cheio de oportunidades, desafios, amor e zelo. Depende de como o vemos. Podemos olhar com esperança ou desesperança para os nossos dias. Desonesto com a nossa história é só ser feliz aos finais de semana.
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Que façamos então pequenos finais de semana todos os dias. Um almoço especial mesmo na correria do trabalho. Um cinema no meio da semana, um nascer do sol com quem amamos, um pôr do sol, mesmo que pela janela do trabalho. Um "ei! Me dá dez minutos de intervalo que eu preciso ser, estar, no aqui e agora." .
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Não é fácil na rotina louca do dia a dia pensar na graça do hoje, principalmente quando não estamos satisfeitos com o nosso dia a dia, mas nesses casos duas opções são possíveis: ou se aceita e continua reclamando ou se aceita temporariamente e se vai fazendo alterações para as melhorias. Garanto que a segunda opção é a melhor. Por experiência de quem já testou as duas 😉
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Desejo que todos os dias sejam o nosso melhor dia, independente do nome que tenham.

27/08/2019

Evite comparações

Ana Carolina Carvalho

Sim! A grama do vizinho é sempre mais verde. Não costumamos vê-lo trabalhando e a grama continua intacta, linda, crescendo. Quando olhamos para a nossa, quanta decepção. Precisamos arrancar tudo, arar a terra, plantar, aguar e na hora certa cortar. Ufa! Dá um trabalho enorme! É árduo! 💣Mas o vizinho nem faz nada e olha a grama dele.
O mal é esse! Comparar, menosprezar a conquista do outro e achar que só quem trabalha é você. Sinto muito, meu bem. Me desculpe desiludir, mas não. Não é só você que trabalha. Para conseguir a grama verde o vizinho ralou muito, mas provavelmente você não viu. A maior parte dos processos exige esforço, disciplina, dedicação, estudos, renúncia e aí vem alguém do outro lado e diz: " foi sorte". É, foi mesmo! A sorte de ter trabalhado duro, de ter planejado, de ter feito a parte que cabia para no tempo certo aproveitar a oportunidade. É nocivo comparar, ainda mais em época de redes sociais onde tudo é bom, feliz e próspero. Glória a Deus, mas não é só isso. Para conquistar um sonho é preciso fazer por onde. Muitas vezes são pequenas renúncias durante vários anos que ninguém viu e nem precisa. Você não precisa se justificar pelas escolhas que faz. Você não precisa contar seus sonhos, seus segredos, sua vida para o mundo inteiro. Não, você não precisa. Da mesma forma que você não precisa querer a vida do outro ou achar a sua uma 💩 porque com a mesma idade você não tem metade do que o outro tem.
Sua vida é única! Você faz a sua estrada, abre os seus caminhos e com ajuda chega mais longe. Se compare com você mesmo. O quanto você já evoluiu no último ano, o quanto já amadureceu? Quantas aventuras você realizou? A vida não é uma competição e nem comparação para ser melhor que o outro como provavelmente você deve ter aprendido na infância. Não é ser o primeiro da sala. A vida é o quanto você pode ser melhor para si mesmo e para o outro. A vida é serviço, é batalha e também glória, mas saiba "assim como os monges, alguns de nós terão visões grandiosas e outros trabalharão pelo resto de seus dias vendo a glória de longe, ajoelhados na capela. A fama virá para alguns. A honra visitará todos os que se esforçam." Eu lhe desejo honra 💕
O trecho entre aspas foi retirado do livro: O caminho do artista da autora Júlia Cameron.



© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por