25/11/2015
Ana Carolina Carvalho

Ele reapareceu, na verdade, fui atrás, como criança que quer implicar com cachorro na coleira, esquecendo que geralmente eles se soltam e mordem ou latem alto e assustam.
Meu coração gelou, confundiu, derreteu. Entrei em caos interno e a vida de novo perdeu sentido. Ficou parada, ou melhor, andando para trás. 
Era me ver repetindo as mesmas cenas, as mesmas surpresas bobas, as mesmas aventuras enlouquecidas, sem medo nenhum das consequências. 
A lembrança do sangue fervendo, das gotinhas de transpiração surgindo, o respirar ofegante veio de encontro à pálida e roliça pessoa que vos escreve.
Um tanto quando dramático, meio deprê, qualquer coisa que um coração vazio sente e ele só sente vazio. A tortura eterna de uma saudade boa que torna o presente insuportavelmente ruim

17/11/2015

A honra de ser seu par

Ana Carolina Carvalho

Princesa,

Se você soubesse o quanto seu sorriso me faz feliz, o quanto seus cabelos ao vento e o olhar de admiração à natureza me fazem ter a certeza que você é a mulher da minha vida.

A mania que você tem quando chega em casa, qualquer uma, de tirar os sapatos na entrada, deixando para trás toda a sujeira do mundo e tornando o lar, de fato, algo limpo e melhor de se viver.

Sua alma livre, me faz querer lhe tirar pra dançar e tentar acompanhar um pouco que seja essa sensação.

O seu jeito distraído de observar as pessoas como se fossem estudos deixam o sorvete derreter na sua mão e eu me divirto enquanto você timidamente se lambe, como uma gata a banhar-se. Um guardanapo nunca é suficiente, nem um pacote, porque você gosta mesmo é de estar viva, de sentir o vento no rosto, de tocar, de se lambuzar e porque não?

Quero poder eu continuar sendo seu par e ir aprendendo a sorrir e a chorar, sem vergonha de ser quem sou.
Amo você por quem você é e a amo mais ainda por você me conceder a honra de ser seu par.

07/11/2015
Ana Carolina Carvalho


Puxo o ar e ele vem com dificuldade, como se eu tivesse acabado de  correr uma maratona. E é o equivalente. Fui atrás dela como o coyote atras do papa léguas e assim como o vilão do desenho animado , me dei mal. 
De vilão não tenho nada, a não ser a libido, a vontade de puxar firme os longos cabelos dela e arrancar-lhe a roupa.
Ela tem um jeito suave, ao mesmo tempo firme e direto. Não leva desaforo pra casa e o que a incomoda ela diz. Isso me faz pirar. 
Ela me manda beijos de longe e eu pisco o olho. Ela me dá língua e a minha vontade é chegar bem perto e roubar, em um longo e profundo beijo, essa parte do corpo dela pra mim, mas, na verdade mesmo, eu queria roubá-la toda. Beijar-lhe a nuca, passar as mãos pela cintura e me concentrar em quantas curvas posso fazer pelo caminho...
Enquanto isso não acontece, corro buscando uma brecha, um espaço, que ela dê para eu recuperar meu fôlego, roubando o dela.

Ana Carolina Carvalho

Cometi o único erro que não deveria: me apaixonei por ele. E eu confesso é um erro. Ele é o extremo oposto. Abusado, metido e tem uma alma livre, tão livre que chega a irritar.
Se um dia ele descobrir minha paixão eu nego. Nego veementemente que estou apaixonada. Até o momento em que ele me olhar nos olhos fixamente. Neste momento, fecharei os meus e me entregarei, mesmo odiando errar,  conscientemente ao meu erro malino.

05/11/2015
Ana Carolina Carvalho

Ainda bem que eu não vivo contigo, que não te conheço a fundo, que te evito e não penso nas bobagens que você faz para me impressionar.

Imagina se eu me dedicasse a você como a um possível amor? Não, é melhor nem imaginar. Seria o caos: crises de ciúmes por todos os lados, chamego de minuto e minuto e várias risadas da forma estranha que você mexe no boné.
Sua tatuagem no braço esquerdo também seria algo com o qual eu implicaria porque não existe mais pele, só desenhos; a forma como você dirige irresponsavelmente, como se o trânsito fosse uma pista livre para ultrapassagens, nos faria brigar sempre que saíssemos juntos. Sua pontualidade britânica contrastaria com a minha indecisão de não saber que roupa vestir e como você odeia esperar, brigaríamos por isso também.
Nossa cervejinha de sexta a noite com vários amigos e amigas, me fariam cerrar os dentes e provavelmente iria querer que você fosse um pouco menos livre. Chegaria então o desgaste e perderíamos a liberdade de falar tudo, de não ter hora, de ligar pro outro de madrugada porque a insônia não passa e combinar de ver as mesmas séries para poder ter com quem falar.
Você sem barba fica mais menino e mais limpo, bonito, do jeito ideal de um futuro amor. Ainda bem que você prefere a barba, o all star e não abre mão da tatuagem.
Mais saudável para você e melhor para mim.

Ana Carolina Carvalho

Surpreenda-me
Desconsidere ao invés de fazer tempestades
Me ame em silêncio e não me refute
Me abrace com a intensidade de um vulcão prestes a explodir
E me beije a face como gostaria de ter todo o corpo beijado
Não me julgue ou tente compreender, o labirinto é mais complexo quando se entra
Para sua sanidade permaneça fora e olhe de cima o entrecruzar dos caminhos.
Quando falar meça as palavras pois até elas podem deixar de ser suas aliadas.
Pense mais sua ousadia não é páreo para a minha.

04/11/2015
Ana Carolina Carvalho

Uma vez eu me questionei muito porque de ser tão sensível , sentir tudo mais do que os outros e sentir a dor latejar no peito com um simples ácido exalado pelo mundo que, definitivamente, não é rosa. Mas sabe hoje em dia não me importo. Eu sinto, vivo, choro, sorriu. Amo e aceito, descarto o que não é bom e ainda assim acredito nesse pedacinho cor de rosa.
A vida é a história que você cria. A minha tem fada madrinha, príncipe, carruagem e um Pai e Mãe que lá do céu me ajudam a colorir , diariamente, a minha história.

02/11/2015
Ana Carolina Carvalho

Se você me perguntar se eu te amo vou dizer que eu te amo para sempre, porque alguns sentimentos não mudam.
Se você perguntar se pode contar comigo eu direi que sim, porque erros precisam ser perdoados.
Se você me perguntar se eu sinto sua falta, abrirei um largo sorriso e lembrarei de tudo o que foi bom e de certa forma direi que sinto.
Provavelmente me despedir de você é me despedir de uma parte de mim que nunca quis dizer adeus.



© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por