30/12/2016
Ana Carolina Carvalho

Acho que talvez o que vai mais doer quando começar o ano novo é saber que você vai ficar pra sempre no passado, é romper definitivamente com o nós ( eu + você e planos pro futuro). É saber que a nossa última noite de amor foi de dia e da forma mais atravessada do mundo. É saber que foram 5 anos de um relacionamento, mas que 4 deles foram sozinha. Ah, meu amor, como dói me despedir da ilusão que criei para nós, para o nosso mundo, que só aconteceu na minha cabeça. Mas não tem problema já decidi que vou ocupá-la com outras coisas: projetos, atividades, planos e sonhos meus comigo mesma. Vou devotar a mim todo o amor que eu te dei um dia e certamente o retorno virá. Eu vou me amar tanto mais tanto que a dor vai ser que nem vacina leve: doerá na hora e depois de minutos passará. E vai passar. O que não cria raízes o vento leva. O que cria raízes e não é alimentado morre. O que cria raízes e não faz bem se vai lá e arranca. Eu estou te arrancando. Arranquei! 

3,2,1...

 Feliz Ano Novo!!!
 Doeu! (snif) 
"- Aceita mais espumante, senhorita?" 
Já passou !!! 😁 

Venha cheio de amores bons e correspondidos, Ano Novo. 
Traga mais amor próprio, que desse eu quero me embebedar !!! 


*texto originalmente publicado no instagram @podiasercorderosa

28/12/2016
Ana Carolina Carvalho


E lá vou eu para mais uma tradicional "arrumação" de ano novo. Esse ano que tá chegando é 2017. Amo ano ímpar. Amo algumas tradições e superstições. Amo tudo. O fôlego novo que a chegada da contagem regressiva traz. Os novos planos, sonhos, as surpresas...
 Na verdade o ano novo traz a beleza que esquecemos. Traz a comemoração de um novo dia. Porque comemorar o novo ano é comemorar um dia após o outro e isso podemos fazer diariamente, ao ir dormir e ao acordar. 
Em 2017 eu quero que o podia ser cor de rosa prospere e conto com a ajuda de vocês para divulgá-lo. Prometo escrever mais textos e com mais frequência, mais viagens para descobrir histórias, mais amor. 
Amanhã já é dia novo. Todo dia é. 
Vista seu melhor sorriso, faça o seu ritual, tenha fé inabalável e gratidão. O mundo vibra junto conosco, então que pensemos e façamos coisas boas. 

Antes de se vestir, dispa-se. 

É importante conhecer quem se é para realçar o melhor que existe em si. 
Sonhemos juntos e realizemos também!

25/12/2016
Ana Carolina Carvalho

Ela agradeceu antes de dormir e pediu a Deus que a desse tempo. Na verdade desse tempo aos seus pais, avós, tios, primos, irmãos, sobrinhos. Tempo para que ela possa conviver por muitos mais anos. Muito mais. Que possa abraçar, dizer que ama, sentir o calor do corpo, ter colo, cafuné, comida pronta, roupa lavada. Tempo para que eles presenciem suas conquistas e deem a mão para ela nas derrotas. Tempo que os faça ter mais paciência uns com os outros. 
Pediu vários dias com 48 horas, para que as outras 24 sejam só para ficar agarradinha com cada um. Ela chorou ao pensar que amanhã pode não ter mais alguns deles, que os pode perder até reencontrar novamente no céu.
Chorou pois lembrou de quem já perdeu; deu uma saudade imensa e a vontade de dizer: "- Ei! Volta aqui. Deixa eu te abraçar mais uma vez. Aquele abraço de mil anos."
Nessa época do ano ela fica mais sensível. 

Ela tem medo de perder. 
Não lida bem com perdas e despedidas. 
Tem medo de ficar só.

Por isso ela ama, diz que ama e já não perde mais tempo com bobagens de ficar sem falar, de ter raivinha. 
Ela vê filme com o pai e apoia a cabeça no peito dele pra ouvir o coração. 
Conversa com a mãe, olha nos olhos dela e diz que a ama do nada. 
E proíbe as pessoas de morrer antes de a verem casar.
Ela quer tê-los perto enquanto vida ela tiver. E isso é maluco. Pela natureza quem gerou vai primeiro. Só esqueceram de pensar na dor de quem fica. 
Você só tem o hoje. Não deixe de ser grato e amar. A vida é um sopro.


*texto originalmente publicado no instagram @podiasercorderosa

24/12/2016
Ana Carolina Carvalho

Ele se considerava o Grinch. Não gostava de natal, mas não do significado, afinal ele ia a missa e agradecia pelo nascimento de Jesus. Porém ele detestava a história do bom velhinho e aquelas reuniões do dia 25, com a família toda, que ele considerava hipócritas. Tinha um agravante, ele já tinha 34 anos e era solteiro. Nunca havia levado uma namorada para nenhum natal de família e se sentia triste por estar sozinho.
A festa de natal dele, no dia 24, era triste. Na casa dele o pai se trancava no quarto, os irmãos já eram casados e passavam em casa só pra dar "oi". A mãe ficava com a avó. Não tinha troca de presentes, nem fotos felizes, nem nenhum outro sentimento que mostrasse a alegria dos comerciais da data. 
Esse ano ele fez diferente. Não ligou a televisão, não se trancou e chorou, não se maldisse. Ele pegou o terço, acendeu uma vela e foi rezar. O natal dele foi em comunhão com Deus e isso era suficiente. Um dia, ele tem fé, ele muda essa história. 
Na verdade, já mudou.




*texto originalmente publicado no instagram @podiasercorderosa

20/12/2016

Voltar para ele

Ana Carolina Carvalho

Ela riu. 
Muitos mandaram mensagens dizendo: "mulher gosta mesmo é de sofrer". Perguntando o motivo de voltar para alguém que já a magoou tanto - supondo que ela havia voltado o namoro. 
Ela riu mais alto.

90% das pessoas que deram esses conselhos - de que as pessoas nunca mudam, que serão sempre as mesmas e que cometerão os mesmos erros - namoram as pessoas que as traíram em um passado, eram grosseiras, enganaram, trataram mal os amigos em comum e inclusive as afastaram deles... 


Ela achou aquilo muito irônico e muito nada a ver. 
Ela acredita na mudança das pessoas, principalmente porque ela já mudou muitas vezes, além disso ela não pediu a opinião de ninguém e outra: escolhas dela, consequências dela. 
Se ela fosse quebrar a cara, chorar e procurar uma dessas pessoas dos conselhos a opção seria deles de estender a mão ou não. 

Ela considera que o problema das pessoas é que todos tem teto de vidro mas só se ocupam em atirar as pedras no vizinho sem se preocupar com o próprio. 

Ela riu mais alto ainda. 
Quando se aprende a resignificar o amor o julgamento venenoso das pessoas torna-se lixo. 
O melhor antídoto é aquele que não se precisa usar. 

Ela aprendeu que não se deve "dar ouvidos" a quem quer envenenar a alma. A única verdade que deixa a alma livre é a coerência com quem se é verdadeiramente e não com quem acham que você deve ser. 



*texto originalmente publicado no instagram @podiasercorderosa

19/12/2016

De volta pra casa

Ana Carolina Carvalho

Ela está voltando pra casa. 
Dessa vez volta leve resignificando toda uma despedida de dor. Ela volta com o coração radiante de quem aprendeu o valor da espera. 
O tempo que tudo cura a amostrou que a dor de um amor também passa, que é possível voltar a sorrir com quem um dia já fez chorar. 
Na vida de cada um só acontece o que lhe é permitido, ou seja, toda dor só ganha proporções extremas se forem alimentadas.
Ela decidiu não alimentar a dor. Pegou as memórias tristes e viu que havia alegria ali também. Ela sorriu. Jogou a culpa no precipício. Se perdoou. Não ouviu ninguém. Não seguiu conselhos. Agiu por ela mesma e ficou completamente emponderada de si. Sorriu na despedida ao tomar cappuccino com pão de queijo enquanto ele a olhava e a ajudava a limpar a boca que ficara suja após ela provar do sanduíche dele. 
Sorriu ao o ver chegar e poder abraça-lo depois de dois anos. Sorriu por saber que contribuiu para que hoje ele fosse uma pessoa melhor. 
Ela o ama, mas resignificou o amor. Sabendo que amar é deixar ir o que não pode mais ser, sabendo que amar é aceitar o que se é e não se iludir com o que poderia ter sido, sabendo que amar é uma questão de escolha e que por isso ela escolheu a si mesma. Dessa forma não há projeções malucas nem idealizações a serem realizadas por alguém que não seja ela própria. 
Ela está feliz, leve, cheia de planos e sonhos com o presente e o futuro. 
O passado saiu da escala de cinza e ganhou cor. A cor rosa representa a gratidão por tudo que ela aprendeu, inclusive a amar.

*texto originalmente publicado no instagram @podiasercorderosa

18/12/2016
Ana Carolina Carvalho

Achei que não ia sentir nada, mas estava apreensiva em sentir tudo. Em estar de novo no lugar que tudo começou. 
Eu senti tudo!

Cheiro, carinho, afeto. 
Senti laços que foram construídos e que permaneceram laços, não viraram nós apesar da distância, de como tudo acabou. 
Aprendi que o amor que um dia foi sentido não morre só muda a forma de expressar. 
Me senti amada, mais uma vez amada e integralmente amada. 

Na verdade nunca deixei de ser; a foto colocada em um porta retrato no meio da sala me faz perceber. 

A relação afetiva homem e mulher acabou, mas a relação família permaneceu no sorriso da mãe dele ao me ver, da irmã dele ao cozinhar para mim e me da a tarefa de arrumar a árvore de natal, da sobrinha dele ao me chamar de tia e dizer: "dorme aqui hoje, por favor." 

A semente que se planta, colhe. Eu plantei tanto amor em cada cantinho, com tanto carinho, tanto zelo, que a prova disso é que nunca saí do coração da família mesmo saindo do coração de quem me fez conhecê-la. 
Não me arrependo de nada e faria tudo de novo. Com a mesma autenticidade e honestidade. 
Cada um deve fazer a sua parte. Saber sair com a mesma classe e amor que chegou é a parte que jamais devemos esquecer. 

"Ninguém perde ao dar amor, perde é quem não sabe receber." 



*texto originalmente publicado no instagram @podiasercorderosa

16/12/2016

O aeroporto

Ana Carolina Carvalho

Ambiente mágico. 
Sempre amei aeroportos. Eles representam chegadas, partidas. Despedidas, reencontros. Minhas experiências em ambientes assim sempre foram intensas. Quem teve pai, mãe ou algum familiar que viajasse muito durante a infância sabe do que eu tô falando. Quem não teve, mas hoje é o pai ou a mãe que viaja muito sabe também do que eu falo, mas na posição contrária. Não é simplesmente ouvir o " tripulação, portas em automático" , esse já é outro momento. É sentir o clima do aeroporto. O cheiro do café, as crianças bem agasalhadas, famílias inteiras, pessoas solitárias, leitores, os dos games e tecnologia. É ouvir a expectativa de quem vai "voar" pela primeira vez, é rir com o sorriso da criança que consegue da tia uma barra de chocolate numa lojinha, é presenciar o amor dos recém casados que embarcam em lua de mel. É um ambiente de magia com poderes reais de pessoas que buscam, que vão atrás de novas experiências, amores. Que vão em busca de solução. É lugar de encontro, despedida, saudade. É um lugar de histórias regadas a café e pão de queijo, misto quente, jornal...




*texto originalmente publicado no instagram @podiasercorderosa

08/12/2016

Me ligue mais tarde

Ana Carolina Carvalho

Indisponível.
A novidade dessa situação? Nenhuma.
Até quando eu vou ficar rastejando aos pés de quem não quer? Inflando o ego de alguém que me maltrata e desmerece.
Falta alguma coisa em mim e nele, mas definitivamente o que falta nele não sou eu - como canta a música sertaneja da moda sofrência.
O que falta nele eu não sei e não quero mais querer saber.
O que falta em mim? Amor próprio. Isso eu sei e preciso resolver.
Não preciso ser opção de mim mesma. Tenho que ser prioridade e isso precisa (e vai) bastar.


Eu liguei para desabafar depois de um dia ruim. 
Antes eu perguntei se podia ligar, ele disse que sim.
- Estávamos ao telefone -

Ele começou a inventar desculpas 
( reclamou da qualidade da ligação)
e disse: "me ligue mais tarde"
Ouvi com vontade de mandar um soco 

e respondi: "não ligo não. Se você quiser falar, você liga"
Desliguei. Ele não vai ligar e desta vez nem eu

04/12/2016

O primeiro encontro após o término!

Ana Carolina Carvalho

Primeiro sentiu o cheiro, inspirou profundamente, quando olhou para o lado era ele. O coração quase saiu do peito em um ímpeto, mas congelou. O cérebro deve ter mandado algum comando surpresa do qual ele (o coração) não pôde se desvencilhar.

Ele a olhou também. Estavam na mesma seção de livros. Educadamente sorriu, perguntou se ela estava bem. Ela sorriu de volta, ainda congelada, e só balançou a cabeça em gesto afirmativo.
Ela estava linda. Radiante, esbanjando auto confiança e controle - o que era bem raro quando eram um casal. Já que as maiores discussões dos dois era a falta de controle e dependência dela.
Ele tentou começar uma conversa - ela não se sentia pronta para conversar; a vontade do louco coração era dizer que ele estava mais magro, que certamente parou de beber e fumar e começar a reclamar que ele devia ter feito isso enquanto estavam juntos e blá, blá, blá! - ela o olhou, sorriu e disse: - tenho que ir.
Ele respondeu: - Também estou de saída quer que eu te deixe em algum lugar?

Mentalmente ela respondeu: - Me deixar de novo? Não basta uma vez?, mas ao invés disso ela disse: - Obrigada. Não precisa.
Ele perguntou o motivo.
Ela respondeu: - Aprendi que amar é respeitar espaços.
Ele retrucou: - Você não vai desrespeitar o meu espaço, estou lhe oferecendo.
Ela sorriu e disse: Eu sei. Estarei respeitando o meu espaço. Aprendi que é preciso ser um para poder ser dois. Sei que uma carona não significa recaída, mas é melhor evitar. Preciso ir.
E foi, agradecendo ao cérebro ter congelado seu coração.



© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por