28/06/2016

Egoísmo = a arte de pensar (cuidar) só em (de) si

Ana Carolina Carvalho

Como ser egoísta é bom para dar um basta no que pensam ser obrigação quando na verdade não o é.
Não permitir que as pessoas invadam o seu espaço, o seu mundo, exteriormente pode ser visto como egoísmo, mas na verdade é um cuidado consigo mesmo.
A obrigação de cuidar de si mesmo é na maior parte, e porque não totalitariamente, nossa quando passamos a cuidar do nosso próprio nariz.
Aprendo a cada dia que as minhas escolhas geram consequências e experiências únicas para mim. E não abrir mão das coisas que me fazem bem foi uma escolha que eu fiz e que não vou ceder.

27/06/2016
Ana Carolina Carvalho

Eu sabia desde sempre que tinha um prazo final. A proposta era viver um dia de cada vez e de forma leve, mas quando se gosta e se apega e se quer bem, se quer perto, se quer junto, se planeja.

Não posso dizer que éramos opostos, porque não éramos. Éramos forças que se atraiam pelas semelhanças, pela sede do sentir, do contemplar, do fazer novo e diferente. De dar nova roupagem a velhas dores e correr, mesmo que de muletas. Tipo a música: "Vem vamos embora que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora não espera acontecer".
Tínhamos sede da vida, cada um da sua, e os dois de ambas. Um interesse mútuo que acalmava o "pra ontem" da vida do outro.

Foi precoce, cercado por dogmas, passado/presente/futuro. Foi sossego, colo, café da manhã. Foi receita de bolo com segredo de vó. Foi amor com gosto de nutella, pimenta que não arde, filme de plano de fundo para noites de amor; ele que, com o companheirismo, foi desde de sempre o ingrediente maior da relação - desde um coração batendo forte num banco de igreja ao girassol que insistiu em aparecer por todo lado...

23/06/2016
Ana Carolina Carvalho

Todos os relacionamentos que ela teve foram intensos. Ela queria que durassem para sempre. Não duraram. Ela sempre foi a vítima e nunca a vilã. Decidiu que não quer mais se relacionar. Nem tão cedo. Depois de tanto amar e sofrer e amar e sofrer, descobriu que amar dói. E as feridas não estavam tão saradas como ela pensava.

Ana Carolina Carvalho

Passando com o carrinho, distraída, entre as gondolas do supermercado até que ela me olhou. E eu lembrei de nós.  Do efeito que ela trazia aos nossos beijos, além das calorias extras que eram perdidas na forma única de amar-nos.
Pensei em levar pra casa, mas desisti. Depois de saborear com você, saborear sozinha não teria a menor graça.
E também estou de dieta. Cortei tudo que era doce, menos as lembranças "de nós".

Ana Carolina Carvalho

Ah se você soubesse o quanto sua forma de querer arrumar tudo me faz falta. Como poderia ser tão fácil pra você resolver todos os problemas com um " por favor, me dá só um beijinho. só mais um..." e assim ir arrancando milhões de beijos nunca suficientes.
O dia dos desfiles eram os melhores. Sempre as sextas você escolhia as minhas roupas sujas que mais combinavam com você, as vestia e ia rumo a maquina de lavar sempre me fizeram rir até a barriga doer.
O fato de você puxar o banco para sentar e lavar a louça e reclamar sempre da pia baixa, também me faziam rir.
Os dias que você chegava do nada, ligava e dizia: " ei, tô aqui! Preciso ser mimada" , sempre foram muito bons. Calçava os chinelos, pegava a primeira roupa e ia resgatar minha princesa em caquinhos.
Eram nossos melhores momentos. Os momentos em que conseguíamos ouvir nossas almas no silêncio selado por cafunés e abraços.
Uma parte de mim se foi ao lhe ver partir, mas não poderia jamais lhe impedir de voar.
Amo você

22/06/2016
Ana Carolina Carvalho

Não toca.
Não mexe.
Não acende.
Silenciou.
Parou.
Apagou.
Fez doer e sumiu.

Ana Carolina Carvalho

Não poderia ser um momento pior ou poderia. Talvez até possa se eu realmente disser tudo que está preso aqui. Tudo o que eu queria ter gritado aos quatro cantos do mundo, tudo que eu faria se eu ainda não amasse você. Se não enlouquecesse cada vez que passasse pela sua loja de roupas preferida e lembrasse daquela blusa que eu sujei de chocolate. Era sua preferida. Lembro o quanto ficou bravo e como tirou a sobremesa da minha mão. Depois abriu um sorriso e disse que o meu castigo seria vê-lo comendo tudo sozinho.

Estou sozinha agora. Sem companhia para brincar de casinha, para brincar de falar sério e crescer. Não tenho meu companheiro de declamações de poesias bem no meio da madrugada, do nada, para me distrair porque detesto acordar perto das 3 da manhã; não tenho meu desenhista favorito que resume as pessoas e as paisagens em um círculo com olhos e sorriso.

Você chegou devagarinho e foi embora tão depressa... Nesta noite eu acordei de madrugada e na falta de poesia eu fiz drama, chorei e dormi.

20/06/2016
Ana Carolina Carvalho


Grudou feito chiclete. Parecia que quanto mais eu dizia: por favor, não insista. Ele mais apaixonado ficava e eu já não sabia o que fazer. Até o dia que ele foi embora. Desistiu. Nem olhou pra trás. Me senti aliviada durante três dias. Depois bateu a saudade. Liguei, ele não atendeu de imediato como costumava fazer. Na verdade ele nem atendeu. Gravei mensagem de voz que foi ouvida ( sim eu sei . meu celular me avisa quando as pessoas ouvem as mensagens de voz) e ele nem respondeu. Mandei sms, direct, inbox, até cartinha na caixa dos correios da casa dele. E nada.
Ele sumiu. De tão magoado que ficou aceitou os foras e virou a chave, se desligou de mim. E eu agora fico querendo fazer ligação direta, mas não consigo fazer pegar de volta. Triste, mas é a verdade.

18/06/2016
Ana Carolina Carvalho

Eu só queria que ele sentisse meu abraço e se entregasse a ele não querendo saber de mais nada.
Eu só queria que ele não pensasse e sentisse o compasso dos nossos corações e da respiração.
Só queria que ele soubesse que só temos o hoje e que por esse motivo é preciso ser o que quiser ou não ser nada.
Só queria que ele soubesse...

02/06/2016
Ana Carolina Carvalho

Vem, a casa é simples. Acomode-se. Quer dizer, esquece essa parte. Não quero ninguém acomodado aqui. Quero movimento, aventura, quero amor. Manso, mas inquieto. Porque acomodação leva ao fracasso em todos os sentidos, principalmente no afetivo. E não tô falando em sexo, porque o papai e mamãe bem feito tem seu valor. Estou falando em rotina, surpresas, novidades.
Eiiii, não levanta agora. Deixa eu terminar. Estamos conversando. Ah, covardia também não é bem vinda. Mas aquela coragem destemida do mundo também assusta.
Olha pra mim. Tá doido pra ir embora, né ?
É sempre assim: muitos entram e nenhum fica. Melhor assim. Sabe o motivo? Aqui toda peça tem utilidade para o bom funcionamento desse órgão vital. Bibelôs quebram no primeiro balançar e nunca mais se recompõem.



© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por