27/07/2014

Quando o passado diz : "oi"

Ana Carolina Carvalho

A: Tudo bem!
Respira e solta o ar!
Ele não reapareceu...
B: Quem disse?
Ele me desbloqueou do aplicativo de mensagens e na foto ele ainda consegue estar mais bonito do que há seis meses atrás. Mexeu, mexeu e mexeu muito.
Coração a 500 km/h, garganta seca, faltou ar e juízo também.
A: ...
B: Os dedinhos ficaram passando pelo teclado virtual do celular e uma captura da tela foi inevitável. Ele agora tá de barba!!
A barba que eu tanto pedi e que ele dizia: "Mas, flor, a barba não fecha". Ele cresceu, amadureceu e engordou uns quilinhos. A nova idade fez bem a ele, como também voltar pra cidade natal. Porque será que mexe tanto? Porque o primeiro amor não pode ser o único? Porque tem que voltar? Não dá pra ficar apenas como uma boa lembrança? Não dá pra ficar numa caixinha ou nas fotos que não são visitadas?
O que eu faço?
A: Se ele falar algo você responde "oi"
B: Posso complementar com "perdeu playboy" ?
A: Desnecessário... Vai dormir!
B: Será?

22/07/2014

Sou daquelas que ainda escreve cartas ...

Ana Carolina Carvalho

Escrevo cartas porque elas são a prova de autoria de uma pessoa que ama, que é a criadora da história, que observa, sente e vive o que acredita e acredita no amor - seja ele com bilhetes românticos, frases de batom no espelho, álbum pelos correios, textos no aplicativo de mensagens.

Mas as cartas tem um poder mágico de dizer:

Você é importante para mim e, por isso, eu dediquei um tempo nessa louca rotina para dizer que eu simplesmente me importo.

O papel vai ficar amarelado, mas vai guardar o amor, a paixão, a felicidade, a angústia; vai guardar nele todas as lembranças do dia em que foi escrita; cada palavra com todo amor e carinho para alguém especial.



© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por