29/09/2014

O quanto você investiria em um amor?

Ana Carolina Carvalho

Quebrou o porquinho, contou todas as moedas e se jogou no mar de emoções.

Sim, ela estava viajando pela 8ª vez ao encontro do amor. Viagens secretas de quem muito vê, sabe, sente e pouco diz.

Quem muito diz recebe censura e essa palavra é a última coisa que ela queria presenciar naquele momento. 

Ela estava ali contemplando virtualmente - enquanto olhava o aviso do itinerário de viagem - e no plano real - enquanto olhava as  moedas no chão - a emoção de ver centenas de moedas empilhadas.

Economizar tornou-se um prazer porque a faz lembrar do:

Tô indo!
Chego já!
Me espera!

ou simplesmente:

Cheguei!
Tô aqui!
Vem me buscar!

Ela sempre foi ao encontro do amor pois para ela o real investimento que se faz é de um papel diferente do papel moeda, diferente do cartão magnético, diferente de posses.

O real investimento do amor é tempo. 

Tempo de esperar crescer o que você rega com tanto carinho.

No marcador de texto, dentro do livro que ela lê no avião, está escrito:

"O amor é paciente, é bondoso; o amor não é invejoso, não é arrogante, não se ensoberbece, não é ambicioso, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda ressentimento pelo mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."

Ela abre um sorriso como quem diz: Estou falando de amor e todo o investimento de amor para amar é válido, afinal, só os que nunca amaram ou fizeram loucuras sãs em nome do amor são capazes de censurar quem ama.



© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por