25/12/2018

aparentemente tudo igual

Ana Carolina Carvalho

Tudo chegou ao fim de forma tão rápida com o consentimento dos dois, mas no fundo sabemos que não foi assim. Sei que no final vai ser melhor, que no futuro entenderei os motivos da nossa separação agora, mas hoje eu não quero entender. Hoje, nessa noite serena, eu só quero lembrar de você. Quero lembrar do nós. Das vezes que deitamos juntos na rede, das nossas conversas e do cafuné. Da briga pelo controle do ar condicionado que para você sempre estava quente e para mim sempre frio, mas eu cedia porque ficar agarradinha com você sempre me fez feliz. É estranho não dividir mais a vida. "Vamos continuar nos vendo", "seremos bons amigos", " eu ainda gosto muito de você", são frases horríveis, porque são mentira. Até podemos nos encontrar por acaso, mas vai rolar aquele estranhamento. Vou querer correr para os seus braços e terei que lhe cumprimentar como se nunca tivesse sentido seu beijo, seu corpo no meu, sua alma. Como se nunca tivéssemos nos entendido no silêncio, opinado na carreira um do outro ou tentado incentivar uma vida mutuamente fitness que terminava em sorvete e pizza. Pode ser também que ao lhe ver eu não queira ser sua amiga, lhe evite ou, simplesmente, mude o caminho.

Dói muito ainda! E dói mais por saber que você também sente o mesmo. Que pensa na forma como eu lhe olhava com desejo, como eu fazia manha ao encostar a cabeça no seu ombro, como meu beijo e o seu combinavam. Sua vida sem mim é mais silenciosa, sem muitas mensagens de uma vez, sem um boa noite. A minha sem você continua barulhenta. Com muitas mensagens e informação por todo lugar. 
Eu sei que você torce por mim, eu também por você, mas hoje, especialmente, eu quis torcer novamente por nós.

Comentários via Facebook

0 comentários:

Postar um comentário



© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por