29/05/2019

O que eu aprendi com meu ex-namorado

Ana Carolina Carvalho

Eu o amei intensamente e achei que não haveria espaço para um próximo e isso ele me ensinou que o infinito é hoje e que precisamos nos dedicar a relação diariamente;
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Eu o chamava de namorado, mas ele negou meu pedido de namoro duas vezes . .
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Aprendi com ele que rótulos são prestação de contas e que não precisávamos disso se entre nós estivesse tudo resolvido. .
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A sinceridade foi algo que aprendi. Não esconder nada por mais que doa. Não maquiar, não fingir. Isso desde o primeiro encontro.
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Aprendi que mesmo fazendo muitos planos de futuro não temos garantias. Que os defeitos podem se sobrepor as qualidades e que forçar o pé para caber em um sapato não é saudável.
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Aprendi que posse e amor não combinam. Que amor combina com liberdade, porque na essência o amor é livre, mas livre mesmo. Diferente das pipas que ganham o céu, mas ficam presas sendo controladas por alguém.
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Amar é decisão e por isso abrir mão é uma forma de amar. .
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Aprendi por meio de uma flor que desculpas são pedidos sinceros da alma, que dançar agarradinho é bom mesmo suados, que ver filme juntos e comer besteira na cama é provar de um amor gostoso e sem pressa.
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Aprendi que a intensidade em excesso atropela etapas e antecipa finais, que nem sempre são felizes, mas se tornam maduros para permitirem recomeços.
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Aprendi que é necessário perder para ganhar, que quando se decide acabar não precisa iludir ou manter contato. Que é necessário seguir, sem notícias, mesmo que doa. Se reacostumar a ser 1 (um) agora sem o outro 1 (um) que fazia o 2 (dois). Ficar sem as mensagens e o cuidado diário. Voltar a dedicar todo a si o tempo e o amor. Distrair, mas de forma alguma iludir ou maltratar sem saber o que quer. .
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Aprendi que intransigência é diferente de convicção e que um casal é feito de companheirismo e não de competição.
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Fez sentido e faz sentido. Quando lembro de nós lembro que foi bom, que crescemos e, quando as divergências foram maiores, aprendi com ele a não abrir mão de mim.

12/05/2019

Mãe

Ana Carolina Carvalho

Hoje eu entendo tudo. O estalo veio quando vi os olhinhos do meu pequeno pela primeira vez. Na minha barriga ao senti-lo crescer eu achava que entendia, mas ao sentir o cheiro e o toque da pele, a chave virou e então me vi mãe. E entendi, mãezinha, cada um dos seus erros tentando acertar, sua superproteção, os nãos que tanto me irritavam, mas que foram tão valiosos para a formação de quem eu sou hoje. Ah, mãe, você é o céu nesta terra e agora é mãe com açúcar, mãe chamada de vó.
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Mãe, queria poder lhe abraçar hoje e dizer que eu lhe amo olhando nos seus olhos. Ouvir a sua voz pela casa me mandando estudar e dizer que vai ficar tudo bem. Sabe o que eu faço? Assisto os vídeos antigos e escuto a sua voz para me dar a sensação de pertença novamente. Ainda bem que senti seu amor incondicional, sincero, amor que só mãe tem. Sinto saudade, mas sei que daí de cima você intercede por mim.
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Mãe, meu atrevimento ainda é grande. A vontade é de ter meu próprio lugar e sair da sua casa, mas como posso eu fugir dos braços que me aninham, que me dão segurança de que tudo vai ficar bem? Eu lembro das tarefas da escola, dos seus aplausos efusivos nas apresentações, do seu orgulho ao me ver formada. Hoje lhe dou dicas de moda e lhe ajudo a se arrumar, como você fazia quando eu era pequena. Viramos amigas, cúmplices, somos mãe e filha além do que se vê.
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Mãe, laços de sangue são detalhes perto do amor que a senhora me deu. Eu fui escolhida e me sinto privilegiada por isso. Obrigada por me dar um lar, um abraço, por construir minha história e me dizer que eu nasci do amor. Ser sua filha é saber que o céu é de verdade.
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As mães podem não ser todas iguais, mas elas têm uma virtude que as une, o amor incondicional.
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Feliz dia das mães !
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01/05/2019

Tirinha - Releitura de conversa

Ana Carolina Carvalho





Sabe aquele momento em que ficamos com cara de bobos relendo as conversas com a pessoa que amamos ou que teremos bilhetinhos, revemos fotos? A vida acontece agora, mas o presente só é possível porque tivemos um passado que nos fez crescer.
Ah, o amor!



© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por