26/01/2017

Amor (im)perfeito

Ana Carolina Carvalho

Oi, amor. Tudo bom?
Tô te escrevendo pra dizer que eu estou com muita saudade de você. Quando você volta? Meio estranho enviar carta, mas eu queria que você me sentisse perto, tocasse a nossa foto, visse minha letra e ficasse imaginando a cena de como eu estou escrevendo essa carta.
Consegue visualizar? Estou na mesinha; aquela que você fez, desde a medição ao acabamento e montagem; nela ainda estão pintados nossos planos dentro do mapa Mundi que desenhamos juntos. Estou olhando o jardim. Ele continua verde e lindo, cheio de flores por todos os lados. Há vida aqui e o meu coração pulsa acelerado a cada vez que eu sinto a fragrância do amor perfeito, pois lembro de nós. Tudo aqui nos lembra. Claro! é nossa casa, nosso espaço personalizado. Em cada canto uma letra de música na parede; nos degraus da escada, as manchas de vinho que não quisemos tirar para lembrar da noite em que nos embriagamos de vinho e amor e subimos trôpegos para o nosso quarto, mas paramos antes, no corredor mesmo e por lá ficamos, olhando a lua pela janela do quarto ainda em reforma.
Nesses nossos universos particulares a intercessão que nunca nos deixa esquecer um do outro está sempre presente.
Quando o convite de trabalho chegou para você lembro como ficamos eufóricos e depois desanimados. Ficamos nessa inconstância de sentimentos até que decidimos pôr o desânimo no bolso e seguir com nossas vidas.
Mesmo longe sempre perto virou o nosso lema e estamos vivendo bem com ele, mas tem horas que eu estou precisando daquele perto tátil que não seja por meio de uma tela de computador. Tudo bem, "no drama". Também sei que você vive de saudade do meu cheiro, cafuné, das minhas receitas malucas e de fazer aqueles banquetes no quintal. De chamar as crianças da vizinhança para uma festa na piscina e ficar de professor improvisado de ginástica aquática as fazendo perder o ar de tanto rir.
Estou te esperando, meu amor. 

Caso alguma palavra esteja ilegível pela tinta borrada, certamente foi por uma lágrima que caiu. Não é de tristeza, não se preocupe. É de saudade, de querer bem e querer perto, mas perto bem pertinho, para eu abraçar, mimar, e poder dizer baixinho no seu ouvido: "- de todas as rosas o amor perfeito é a que mais nos representa. Porque perfeito é saber lidar com o imperfeito e ainda assim ter encaixe." Você é meu amor (im)perfeito.
Quando voltar/chegar não faz barulho e me acorda com um beijo.
Amo você.

23/01/2017
Ana Carolina Carvalho

Levei mais um fora, só que até agora eu não entendi o motivo. A paquera havia sido recíproca. Havíamos conversado e nos olhado. 

                                                    "Ok" que parou por aí. 
                                                  Tudo bem também que eu que tive a iniciativa de ir conversar com ele,
      mas fiquei tão magoada que "puft", acabou do mesmo jeito que apareceu, inesperadamente.

Não tive o que fazer e fui ver filme, melhor que chorar por quem ficou de vir e não veio, e encontrei aquela lâmpada de gênio piscando em neon.

Já assisti esse filme incontáveis vezes, mas dessa vez foi diferente. Assisti não pra chorar as pitangas, assisti para analisar friamente os erros estúpidos que sempre cometo nas paqueras quando estou MUITO afim de alguém que "não está tão a fim de mim assim".

Presta atenção e anota aí, foi o que eu fiz quando vi o filme dessa vez. Na cena clássica que a moça se joga para o rapaz no sofá ele diz:

"Entenda! Se um cara quer sair com você ele vai insistir. Ele vai convidá-la para sair. Porque as mulheres fazem isso? Constroem as coisinhas em suas mentes e qualquer coisa mal entendida transforma em algo maior..."

E essa é a frase que eu MAIS me identifico do filme inteirinho. Ela diz:

"Prefiro ser assim do que ser como você. Posso dissecar cada coisinha e me expor demais, mas ao menos isso significa que eu ainda me importo. Você acha que ganhou porque as mulheres são dispensáveis para você? Você pode não se machucar ou não se fazer de bobo dessa maneira, mas você não se apaixona assim. Você não ganha nada. Você está sozinho... Posso fazer muitas coisas bobas, mas sei que estou mais perto de encontrar alguém do que você."

E entendi que não importa quantas pessoas apareçam e sumam. Não importa quantos carinhas passem achando que me fazem de boba. O que verdadeiramente importa é a minha fidelidade ao que eu sinto. E isso está longe de ser falta de amor, porque a questão não é mendigar amor, a questão é demostrar o que sente, se não deu valeu ter tentado e bola pra frente.

É melhor sentir do que viver inerte ou viver para criar quadro de conquistas amorosas. O amor se conquista na mesma pessoa e aos poucos, ele vem com o tempo quando a barreira da idiota ignorância de pegador cede e da vez ao homem simplesmente. 

17/01/2017
Ana Carolina Carvalho

Eu estou apaixonada e não consigo parar de pensar na cena de como eu fui pedida em namoro.
Meu coração nem esperava mais o amor, não da forma que veio, de um jeito tão único, tão mágico, tão MEU.
Parecia que eu tinha planejado meu próprio pedido de namoro e nem nos meus mais lindos sonhos poderia ter imaginado algo TÃO perfeito, TÃO milimetricamente compatível.

Foi em uma balada!

Eu já conversava com ele há umas quatro semanas, mas só conversa mesmo e daquelas em que, na verdade, nem era conversa, parecia mais um questionário, tipo entrevista, pergunta e resposta. No caso eu, a curiosa, perguntando tudo e ele se limitando a "hahahaha" , "rs", "pois é", "sim", "não", "veja só". E NÃO fazia uma PERGUNTA de volta. Já eu fui perguntando, me apegando e investigando, mas mantendo a pose.

Óbvio que eu JAMAIS esperava que ele fosse me pedir em namoro. Não tinha nem rolado um beijinho, nem um cinema, nem nada. 

Nos vimos uma vez e depois foi tudo só por mensagem, essas que ele respondia em poucas palavras e demorava, muitas vezes, dias.

Voltando ... 



Eu fui pra balada com meus amigos e amigas e estava lá dançando, rindo, como eu sempre me comporto nas festinhas, feliz da vida, ouvindo as sofrências sem sofrer, mas cantando como se eu fosse morrer naquele segundo. 

Do nada (comecem a ler P-A-U-S-A-D-A-M-E-N-T-E), ele chegou. Daquele jeito (vocês não tem ideia), lindo, nos seus 1.90 e disse: "- Ei, senhorita, que bom te ver aqui". 

COMO ASSIM !!! 

O coração "véi" quase saiu do lugar, acho que deu uns vários giros de 360º e bem rápido. 
Eu engoli e só disse: "- Oi"  e sorri viva de vergonha de todas as entrevistas que tinha feito com ele.
Na mesma hora ele colocou a mão na minha cintura e me chamou pra dançar!

 esPERA! SEMI INFARTO ! 
Subiu um calor, uma coisa assim que nem sei explicar.



Fui dançar, quase piso no pé dele, que deve ser um 42 por aí, porque ele é muito alto, mas não pisei, encostei a cabeça do ombo dele e ele disse: "- Tenho uma pergunta pra lhe fazer mas não queria fazer por mensagem."

Eu não tive nem forças pra mexer a cabeça, só sorri de leve , com medinho de ser algo ruim, mas sabendo lá no coração que era algo bom.

Ele retirou as mãos da minha cintura, com uma das mãos levantou meu queixo e perguntou: 

"- Srta curiosa, aceita continuar querendo conhecer esse rapaz que fala pouco?"

Meus olhos certamente brilharam. Ele riu; em seguida deu um beijo na minha testa. Depois fez outra pergunta: 

"- Srta ansiosa, aceita continuar querendo conhecer esse rapaz sem tempo para redes sociais?"

Nessa hora eu já estava prestes a beijá-lo, mas segurei a emoção louca e sorri, ele beijou minha bochecha direita. Mais uma pergunta ele fez e eu já impaciente porque ele deixou pra perguntar tudo de uma vez só. 

" - Srta dançarina aceita continuar querendo conhecer esse rapaz que só dança quando quer?"

Eu desviei o olhar e ele beijou minha bochecha esquerda. Eu já estava me preparando para falar algo e ele disse:

"- Sua resposta eu já sei qual é. Pode permanecer em silêncio, minha namorada, eu assumo daqui."

E me deu o melhor beijo da vida.
Tô namorando, feliz e transbordando amor.

10/01/2017

Tem carinha que se acha

Ana Carolina Carvalho


Tava pensando na cena clássica: 

A menina meio alegre (um pouquinho alcoolizada) chama o rapaz pra dançar, insiste até. Bebe da bebida dele, só servia se fosse a dele, e dança duas ou três músicas e fim.

O menino dança com outras meninas durante a festa e a menina meio alegre se despede e vai embora feliz da vida por ter se divertido; detalhe: ela não fica com ninguém na festa.

Algum tempo depois ela descobre que o menino espalhou aos quatro ventos que só não tinha  a "agarrado", nesses termos mesmo, porque não quis.


P-A-R-A T-U-D-O !


OI ?!

FOI ISSO MESMO, PRODUÇÃO ?



Pior que foi! 
É inacreditável como alguns caras se acham. 

Quantas vezes já presenciei cenas assim. Queria eu que nessa ele tivesse tentado "agarrar" e tivesse levado um "fora" bonito.

Muitos homens fazem propaganda do que não são, de quem não conquistaram e nem vão conquistar para sair de bonzão (ow vanta).

Em pleno século XXI ainda se presenciam cenas como essa, comentários desnecessários como esse.

Homem que é homem tem algo chamado respeito; pelo que teve e principalmente pelo que não teve; tem zelo nas palavras para não magoar ninguém 

                                                                           e outra 

homem que é homem não compete para saber se é bom ou não, ele sabe que é.

Ser bom vai muito além de características físicas consideradas padrão ou acima dele. 
Beleza e feiura é questão de gosto e perfil. 
E definitivamente carinha que se acha não faz o meu!

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O público que acessa o blogue é formado por mais mulheres do que homens. 
Meninas, por favor, repassem esse texto aos seus amigos;
Meninos leiam com atenção e repassem aos seus amigos também. 

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Ser homem vai além do órgão genital que carrega. 
                                            Ele não foi feito para "comer" pessoas. 

Ser homem vai além de achar que mulheres são colecionáveis. 
                                            Elas não são objetos e mesmo que algumas topem ser, o homem também sabe a hora de dizer não.

Desisto de você

Ana Carolina Carvalho

Desisto de você !
Desisto de insistir nas memórias!
Desisto de rastejar aos seus pés e de entregar meu coração de bandeja. 

eu NÃO quero MAIS querer você 

Quando eu decido algo é ponto final. 
Acabou!
Não vai mais existir.

Declaro encerrada a corrida atrás de você
                                                                  que brincou
                                                                         magoou
                                                                         iludiu
                                                                         mentiu
                                                                         trapaceou

Não existirá mais nenhuma edição de corrida atrás de ninguém.
A partir desta data as únicas corridas que existirão serão lado a lado. A palavra que rege o ano ( e porque não a vida) é 

                                      R-E-C-I-P-R-O-C-I-D-A-D-E

08/01/2017

Fiquei na vontade

Ana Carolina Carvalho


Dessa vez eu nem liguei, não achei que iria mesmo acontecer, mas quando aconteceu foi tão bom. Fazia tanto tempo que não me sentia desejada, que não provocava sem provocar, que não sorria com os olhos. Como foi bom. Fico rindo feito boba lembrando das (in)diretas que cada um soltava a sua maneira, a distância. Um com o olhar que clama, com o sorriso que deseja. O outro com a voz que fala e com gestos que enfatizam as ações.

Ações que não aconteceram na hora da prova dos nove não deu em nada. Não saiu do charminho, do desejo, do "olha que eu vou".

Veio;
 ficou; 
foi bom; 
valeu!

Vontade passa, mas o sentimento recíproco do desejo esse fica e traz uma sensação de saciedade que nenhuma vontade apaga.

06/01/2017
Ana Carolina Carvalho

Por mim eu passava horas falando com ele ao telefone, ouvindo aquela voz mansa que me traz amor e serenidade. Poderia viver de sonhar e realizar tudo com ele: viagens, planos, vida em comum.

Não sei se é errado e prefiro nem julgar, mas somos solteiros, adultos, vacinados e esse ano vamos conhecer o País. Todo mês, não sei nem como, vamos nos amar em uma cidade diferente, vamos fazer os nossos planos de amor, e vamos aproveitar sempre a nossa própria companhia. Vamos aumentar os nossos laços e enfeitar o mundo.


Se não der certo? Bom... ainda não tenho plano B

05/01/2017

Desliguei do mundo. Me liguei em mim

Ana Carolina Carvalho


Silêncio.

Nem sei quanto tempo fazia que eu não ouvia o silêncio: o externo - a ausência de ruídos como toque de celular, aplicativos e a inquietação de a cada segundo olhar a tela ( do telefone) em busca de novas notificações; o interno - aquele que faz pensar na clássica pergunta: 

qual a minha missão nesse mundo?

Embarquei nessa com a chegada do ano novo e confesso algumas coisas me preocuparam:

* Existem pessoas que acompanham o podia ser cor de rosa, mas que não são declaradas. Não sei qual a real intenção, se é buscar traçar um perfil meu por meio dos textos e descobrir quais são só frutos da imaginação e quais são baseados em fatos reais, tipo esse. 

Fiquei com um aperto no peito ao pensar nisso, em pensar na possibilidade de ser piada, mas depois relaxei. Eu que sou católica praticante tenho como símbolo máximo da minha igreja um homem sem pecado que morreu em uma cruz após ser açoitado, humilhado, cuspido, entre tantas outras atrocidades. 

Então...

Eu nasci para espalhar amor e a graça disso é espalhar, inclusive, e principalmente, para as pessoas que mais precisam e essas muitas vezes são as que menos eu quero amar. Mas amar quem nos ama é fácil, logo eu tenho mais esse desafio.

Aprendi que por mais que as coisas NÃO sejam agradáveis o tempo todo quando estamos ligados na nossa missão de vida tudo flui. 

Posso confessar a você que a minha missão sempre foi amar. E os meus maiores erros e maiores acertos foram por amor, envolviam amor, muitas vezes o amor de forma não saudável (que é a ausência de um muito importante chamado amor próprio).

A cada vez que eu faço login nessa página para escrever um novo texto não me preocupo se já aumentei o número de leitores. É óbvio que quero que a média, que atualmente é de 5 a 10 por postagem, aumente. Vou trabalhar melhor a divulgação para isso, mas sabe eu estou feliz demais com toda a evolução que esse espaço representa na minha vida.

O blog foi criado para aliviar a dor de um amor e eu sempre gostei dos "draminhas" de amor desde que eu tinha 12 anos e posso dizer que o livro "a droga do amor" do Pedro Bandeira teve uma grande influencia nisso. (é amor demais numa frase só. rs)

No dia 03 de fevereiro o podia ser cor de rosa completará 03 anos! 

Você não tem ideia da minha felicidade de ver um projeto meu contínuo. Eu sempre costumei abusar das coisas: roupas, empregos e até pessoas. Sempre largava pelo meio do caminho. Não encerrava ciclos e vê essa data se aproximar é ver minha própria evolução. Ver a evolução de uma mulher com a alma rosa de menina que apesar de tudo ama intensamente e não tem vergonha de dizer: "não sei, mas posso aprender".

É aceitar o meu romantismo, a minha sensibilidade e a minha meiguice sem ter medo de parecer fraca, porque essas caraterísticas me tornam autêntica. É acreditar em um futuro melhor palestrando sobre o amor, para que as pessoas não tenham vergonha de amar e de amar livremente e não se sujeitando a ser o "outro", de relações já formadas, por medo, insegurança ou carência.

O podia ser cor de rosa ganhou identidade visual no dia 19 de agosto,  uma conta no instagram em 22 de outubro e uma página no facebook em 29 de dezembro. No instagram a conta é aberta ( tive um pouco de receio disso no começo, pelo mesmo probleminha citado lá em cima, mas depois liguei aquele botãozinho... a energia que vier será transformada em amor, então não me importo mais) e no facebook a página é pública. Ainda não defini bem o conteúdo de cada rede social, mas as criei pensando em novas formas de comunicar em um futuro próximo.

Se quiser um conselho: desligue os dados móveis, o wi-fi, dedique mais tempo a vida real, a leitura, a coisas que lhe acrescentem mais do que ficar só jogando conversa fora (as mesmas de sempre). É claro que é bom, mas demais vicia e tira o sossego.

Quando você se ligar em si vai saber exatamente o tempo que deve dedicar a cada atividade para fazer sua vida render mais.

O podia ser cor de rosa começa a fase do "e quem disse que não é?". A vida podia ter sido, mas se não foi rosa ela ainda pode ser e é! Olhe direitinho para si e descubra que a verdadeira paz e felicidade moram dentro.

02/01/2017
Ana Carolina Carvalho

- Você não me ama, não é?

Começou mais uma vez um diálogo humilhante buscando a resposta da qual ela já sabia.
NÃO! Ele NÃO a amava, mas por que ele iria dizer se sempre que ele a chamava para algo, independente das merdas que ele fazia no período distante, ela ia?

- Eu gosto demais de você. Você sabe e sente.
- Não foi isso que eu perguntei...

Mais uma vez ele deixou claro o que queria com ela: S-E-X-O. Assim em letras garrafais, piscando em neon, mas ela teimava em não enxergar. Ela queria que ele dissesse que a amava, mas ele não conseguia. Para ele falar "EU TE AMO" só se fosse AMOR VERDADEIRO e por ela ele sentia carinho, atração, mas não amor, amor era outra coisa.

- O que você vai fazer nas férias?
- Por que você está mudando de assunto?
- Não gosto de falar sobre aquilo. Preciso ir trabalhar agora. Nos falamos depois.

E mais uma vez ela ficou sem a resposta que ela insiste em querer ouvir para esquecê-lo de vez. Ele nunca a dará, pois sabe que dessa forma consegue prendê-la. Cabe a ela se conformar, aceitar e seguir ou continuar se humilhando pelo que ela chama de "AMOR". 



© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por