08/12/2019

Carta aberta ao nosso amor

Ana Carolina Carvalho

Foram muitas idas e vindas de algo que não era nada, mas era tudo. De algo que foi crescendo, porém por algum motivo desordenadamente. Eu nunca quis o fim, mas você sabiamente colocou pontos finais. Eu o transformei em pontos vírgula e fiz do fim apenas uma pausa mais longa para um novo começo. Tentei. Insisti. Meti os pés pelas mãos em uma intensidade absurda que você não conseguiu acompanhar porque quis entender e algumas coisas, pessoas, situações, não devem ser entendidas apenas amadas e aceitas como são. É complicado aceitar o fim. É doloroso começar uma nova rotina e uma nova vida, mas também é saudável. Para você, para mim, para nós. Respeitar o seu ponto final talvez seja uma das mais difíceis e árduas decisão. Respeitar. Decidir. Seguir em frente. Aceitar que nesse caso, assim como em todos para a vida ser simples, é optar pelo sim ou pelo não. Eu te amei e te amo. Talvez um dia quando o coração estiver curado e inteiro possamos conviver em um outro nível, como amigos apenas. Eu magoei você. Eu me magoei. Eu tentei insistir para que fôssemos um. Esquecendo eu que o amor é livre e que fica quem quer ficar. Amar é decisão. E se amar é saber que para se doar a alguém é preciso estar inteiro. Você foi o melhor complemento que eu tive nos últimos tempos. Você me fez rir, me deu colo, me abraçou e perguntou se tava tudo bem quando as minhas feições denunciavam que não. Você foi a mensagem mais esperada do dia. A risada mais gostosa e o abraço mais sincero. Mas não foi só romance e perfeição. Você foi as palavras que feriram, a indiferença que machucou, a realidade que bateu. Foi amor, ansiedade, desespero, ousadia, medo, alegria, tesão, pureza, carinho. Foi água salgada, banho de mar, paçoca, bolo, chocolate. Foi filme agarradinho, ciúme, mãos dadas. Foi amizade, zelo e quando não pode ser mais compromisso em se importar com o outro, quando não pode mais ser saudável. Quando eu fui a louca, você esqueceu que a loucura faz parte de cada um de nós e não aguentou mais o pior. Não lhe culpo. Foi o que tinha que ser. Foi bom pra crescer, amadurecer e aprender que o amor não é o que se diz apenas e sim, principalmente, o que se faz.

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© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por