02/04/2020

Cuidado para não ser o bibelô da estante de alguém!

Ana Carolina Carvalho

"E aí sumida, tudo bom?" Na verdade o que eu estava querendo dizer é que estou sozinho, com minha auto-estima baixa e como sei que você é apaixonada por mim, que me ama desinteressadamente, eu vim aqui mexer um pouco com o seu coração e me alimentar da sua energia, pois a minha não está lá essas coisas. Eu vou relembrar você os nossos melhores momentos e dizer que sinto saudade do seu sorriso lindo muito mais do que do sexo. Vou dizer também que por mais que eu tente não consigo encontrar uma pessoa tão bacana, vou também dizer que nem sou paquerado e jogar várias pegadinhas para você como se você estivesse com muitos paqueras e quando você quiser se desvencilhar eu vou dizer que estava querendo muito lhe ver, que a saudade é real, mas como não tem sentimento de verdade eu não vou lhe assumir mais uma vez. E assim eu consigo a energia que eu preciso e vou embora como se nada tivesse acontecido. Quando você vier atrás pra saber se eu estou bem eu vou demorar a responder, dizer que estou ocupado e até lhe bloquear para depois começar tudo outra vez.
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Era tão bom se o "oi, sumida" viesse com todas essas verdades, não é? Ele não vem, mas no fundo se sabe o que ele significa. Desejo que você não se permita mais isso, por mais carente, com saudade, que esteja. É um exercício. Você não foi feita para ser troféu nem pelo corpo, troféu de exibição para sair desfilando de mãos dadas só por isso, e nem para ser colocada em estante e só retirada em caso de necessidade.
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Você é melhor que isso!

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© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por