15/02/2016
Ana Carolina Carvalho

O olhava de cima e sempre foi assim, porque eu era mais alta e fazia questão de deixar claro quem mandava. Até o dia que eu me apaixonei por ele e tudo mudou. Comecei a mimá-lo, fui diminuindo e ele tornando-se "o empoderado gigante", o maioral, o intocável; eu me reduzi ao "sem ele nada sou". E nada fui.
É lógico que ele me deixou, eu também me deixaria se fosse ele.
Alguém de personalidade tão forte que se tornou um brinquedinho por insegurança e medo de perder. Ah, faça-me o favor... e eu me fiz. Depois de vivenciar 2 anos de luto, engordar horrores, me vestir por obrigação e não prazer, recobrei a decência e voltei a olhar de cima, pois voltei ao lugar de onde não deveria ter saído.
Ninguém tem o valor maior do que aquele que damos - o maior valor tem que ser SEMPRE o próprio.

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© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por