16/02/2016
Ana Carolina Carvalho


A dor parece a que se sente quando o seu dedo mindinho , descuidado, bate no pé da mesa. Lembrou? Pois a que eu estou sentindo é 500 vezes pior. Ela dilacera meu coração o reduzindo a nada, a um ser moribundo, cambaleante e consequentemente assim fico eu: moribundo, cambaleante, maltrapilho como um alcoólatra que sabe que faz mal, mas não consegue parar de beber.
Porque tudo tinha que ser tão difícil, porque você tem essa mania idiota de complicar as coisas?Acredito que você gostava muito de brincar de ioiô quando era pequena e aprendeu a arte de enrolar bem já que você sabe que eu estou aqui e por mais idiota que pareça, parafraseando uma música da moda, " é só você fazer assim que eu volto".
Na verdade nunca fui, nunca deixei de esperar você. Dou um tempo me fazendo de forte, mas quando percebo a minha vida na mesmice, sem nenhuma sombra do seu sorriso, e vendo que você não vai voltar, vou, com essa cara de cachorro molhado, atrás de você e o pior: você me trata bem, diz que não se conforma por ter perdido um cara como eu, manda foto chorando porque releu os textos que eu escrevi, diz que sua mãe sente saudade, me faz acreditar "na gente", me faz voltar a ter planos e depois diz: "não posso te magoar; não de novo, você não merece."
Então pra quê atende, porque alimenta? Isso faz bem pro seu ego, sua metida. Faz bem eu te lembrar como você me deixava louco na cama, ou como era bom ser acordado por você daquele jeito que só você sabe e não, não encontrei ninguém que fizesse nada parecido, exatamente porque o único alguém que eu ainda quero é você, mas, para minha completa tristeza e desespero, você não quer e perceber que você, mesmo comigo querendo tanto, não quer é como perder uma parte de mim, talvez a melhor e é também aceitar que não domino o mundo e isso é o pior.


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© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por