28/09/2020

Abraço de mãe

Ana Carolina Carvalho

Um ano desse abraço que de tão apertado conseguiu sossegar as batidas de um coração ansioso. A primeira viagem sozinha sem conhecer ninguém. Primeira vez com escala em São Paulo em um aeroporto que parece vários shoppings juntos. A realização de um dos maiores sonhos da vida que, até então, não havia sido compartilhado com muitas pessoas importantes. Como a espera foi longa, 13 anos, eu estava que nem Tomé - só vendo pra crer.

Esse abraço simboliza tudo. Antes, durante e depois da viagem. Ele simboliza a segurança de quem me guardou nove meses. Simboliza a razão pela qual eu sou quem sou.

Faz um ano que embarquei na aventura mais louca da minha vida, até agora, um ano em que decidi jogar tudo pro ar e ir atrás de passar dois meses vivendo uma vida completamente diferente da minha.

Que experiência, que alegria, que milagres presenciados - a neve antes do tempo foi um deles.

Na vida não fazemos nada sós, mas também não devemos esperar por ninguém para fazer o que queremos.

Na vida precisamos honrar quem veio antes abrir caminho, mesmo que seja difícil, que não tenhamos um bom relacionamento, que não queiramos.

Na vida o medo pode até vir antes da coragem, mas ela em milésimos de segundo transforma o medo em pó.

Percebeu como tá tudo misturado nesse texto? É que a vida é assim. Nem sempre dá pra segmentar e organizar como gostaríamos, mas a bagunça que ela é a torna interessante.

Mãe, se eu tenho vontade de ganhar o mundo é porque eu sei que tenho porto firme para onde voltar!

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© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por