25/08/2019

Carência afetiva

Ana Carolina Carvalho

Alguns associam como ausência de amor próprio eu acredito que não. Carência é falta, mas não necessariamente do amor por você mesmo. Não se iluda, não somos o centro do nosso próprio universo e nem bastamos a nós mesmos. Precisamos do outro para nos complementar. E todos nós temos uma carência afetiva. Gostamos de afeto, carinho, afago. Queremos colo, cheiro, cafuné. Uns mais outros menos. Mas cada um a seu modo é carente. A carência afetiva não é um problema, o excesso dela é. E com o excesso de carência vem sim a baixa estima. A necessidade de ser validado pelo outro sempre. De precisar do apoio por não ter a segurança suficiente de quem se é ou o que se quer. O afeto é a nossa forma de demonstrar algo, na maioria das vezes um bom sentimento. A carência afetiva é precisar de demonstrações desse sentimento. Muitas vezes ela aparece quando queremos exigir amor de quem não quer nos dar ou não tem mesmo para oferecer. Se entra em um ciclo. Eu quero, peço, a pessoa não dá, me frustra e aí fico com um vazio. Com o vazio eu vou lá e começo tudo de novo. Não resolve, pois cada um só dá o que tem e infelizmente as pessoas estão em um falso amor próprio que é o tal do egoísmo disfarçado. Eu me basto e ponto. Isso também é uma forma de carência. É a carência afetiva que retrata o medo de se desiludir. A carência sempre existirá, mas cabe a nós saber de que forma suprir.

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© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por