05/11/2015
Ana Carolina Carvalho

Ainda bem que eu não vivo contigo, que não te conheço a fundo, que te evito e não penso nas bobagens que você faz para me impressionar.

Imagina se eu me dedicasse a você como a um possível amor? Não, é melhor nem imaginar. Seria o caos: crises de ciúmes por todos os lados, chamego de minuto e minuto e várias risadas da forma estranha que você mexe no boné.
Sua tatuagem no braço esquerdo também seria algo com o qual eu implicaria porque não existe mais pele, só desenhos; a forma como você dirige irresponsavelmente, como se o trânsito fosse uma pista livre para ultrapassagens, nos faria brigar sempre que saíssemos juntos. Sua pontualidade britânica contrastaria com a minha indecisão de não saber que roupa vestir e como você odeia esperar, brigaríamos por isso também.
Nossa cervejinha de sexta a noite com vários amigos e amigas, me fariam cerrar os dentes e provavelmente iria querer que você fosse um pouco menos livre. Chegaria então o desgaste e perderíamos a liberdade de falar tudo, de não ter hora, de ligar pro outro de madrugada porque a insônia não passa e combinar de ver as mesmas séries para poder ter com quem falar.
Você sem barba fica mais menino e mais limpo, bonito, do jeito ideal de um futuro amor. Ainda bem que você prefere a barba, o all star e não abre mão da tatuagem.
Mais saudável para você e melhor para mim.

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© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por