12/05/2019

Mãe

Ana Carolina Carvalho

Hoje eu entendo tudo. O estalo veio quando vi os olhinhos do meu pequeno pela primeira vez. Na minha barriga ao senti-lo crescer eu achava que entendia, mas ao sentir o cheiro e o toque da pele, a chave virou e então me vi mãe. E entendi, mãezinha, cada um dos seus erros tentando acertar, sua superproteção, os nãos que tanto me irritavam, mas que foram tão valiosos para a formação de quem eu sou hoje. Ah, mãe, você é o céu nesta terra e agora é mãe com açúcar, mãe chamada de vó.
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Mãe, queria poder lhe abraçar hoje e dizer que eu lhe amo olhando nos seus olhos. Ouvir a sua voz pela casa me mandando estudar e dizer que vai ficar tudo bem. Sabe o que eu faço? Assisto os vídeos antigos e escuto a sua voz para me dar a sensação de pertença novamente. Ainda bem que senti seu amor incondicional, sincero, amor que só mãe tem. Sinto saudade, mas sei que daí de cima você intercede por mim.
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Mãe, meu atrevimento ainda é grande. A vontade é de ter meu próprio lugar e sair da sua casa, mas como posso eu fugir dos braços que me aninham, que me dão segurança de que tudo vai ficar bem? Eu lembro das tarefas da escola, dos seus aplausos efusivos nas apresentações, do seu orgulho ao me ver formada. Hoje lhe dou dicas de moda e lhe ajudo a se arrumar, como você fazia quando eu era pequena. Viramos amigas, cúmplices, somos mãe e filha além do que se vê.
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Mãe, laços de sangue são detalhes perto do amor que a senhora me deu. Eu fui escolhida e me sinto privilegiada por isso. Obrigada por me dar um lar, um abraço, por construir minha história e me dizer que eu nasci do amor. Ser sua filha é saber que o céu é de verdade.
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As mães podem não ser todas iguais, mas elas têm uma virtude que as une, o amor incondicional.
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Feliz dia das mães !
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© Podia ser cor de rosa • Ilustração por Juliana Rabelo Desenvolvimento com por